sábado, 11 de abril de 2020

A pandemia chegou aos Estados Unidos


Relativamente à pandemia que continua a manifestar-se no mundo, a análise da lista dos casos confirmados de infecção e de óbitos mostra-nos esta manhã que os Estados Unidos chegaram ao topo dessa lista com 504.780 pessoas infectadas por covid-19 e com 18.763 óbitos, o que significa que o centro da pandemia chegou aos Estados Unidos.
Donald Trump desvalorizou a epidemia com a sua habitual arrogância e, em ano de eleições, é bem possível que a sua reeleição esteja comprometida, pois a opinião pública americana não lhe irá perdoar que a política do “America first” tenha levado a China a um protagonismo mundial e a América ao primeiro lugar… no ranking do covid-19. As fotografias das valas comuns no estado de Nova Iorque deram a volta ao mundo e os muitos americanos que foram intoxicados com o slogan “make America great again” devem estar em estado de choque e não tardarão a afastar aquele homem da Casa Branca. Essas fotografias lembram a retirada de Saigão em 1975 e, tal como a histórica fotografia da fuga da embaixada americana, têm o efeito de uma bala no orgulho americano.
Hoje a revista Time assume que as nossas vidas mudaram, mas enquanto a Europa parece estar a adaptar-se e a aceitar constrangimentos sociais e mudanças no seu modo de vida, nos Estados Unidos nunca se falou nessas coisas ou, antes pelo contrário, até escolheram um presidente que lhes acenou com cenários de prosperidade que não vão ser possíveis, como já demonstram os seus 17 milhões de desempregados, que representam uma taxa de desemprego de 14%. A nação mais poderosa do mundo está em estado de sítio e a passar por grandes dificuldades, mas todos esperamos que a sua comunidade científica e a sua reconhecida capacidade de inovação, encontrem rapidamente uma solução para esta pandemia.