Relativamente à
pandemia que continua a manifestar-se no mundo, a análise da lista dos casos
confirmados de infecção e de óbitos mostra-nos esta manhã que os Estados Unidos
chegaram ao topo dessa lista com 504.780 pessoas infectadas por covid-19 e com 18.763 óbitos, o que
significa que o centro da pandemia chegou aos Estados Unidos.
Donald Trump
desvalorizou a epidemia com a sua habitual arrogância e, em ano de eleições, é
bem possível que a sua reeleição esteja comprometida, pois a opinião pública
americana não lhe irá perdoar que a política do “America first” tenha levado a
China a um protagonismo mundial e a América ao primeiro lugar… no ranking do covid-19. As fotografias
das valas comuns no estado de Nova Iorque deram a volta ao mundo e os muitos americanos
que foram intoxicados com o slogan “make America great again” devem estar em
estado de choque e não tardarão a afastar aquele homem da Casa Branca. Essas fotografias
lembram a retirada de Saigão em 1975 e, tal como a histórica fotografia da fuga da embaixada americana, têm o efeito de uma bala no
orgulho americano.
Hoje a revista Time
assume que as nossas vidas mudaram, mas enquanto a Europa parece estar a
adaptar-se e a aceitar constrangimentos sociais e mudanças no seu modo de vida,
nos Estados Unidos nunca se falou nessas coisas ou, antes pelo contrário, até escolheram
um presidente que lhes acenou com cenários de prosperidade que não vão ser
possíveis, como já demonstram os seus 17 milhões de desempregados, que
representam uma taxa de desemprego de 14%. A nação mais poderosa do mundo está em estado de sítio e a passar por grandes dificuldades, mas todos esperamos que a sua comunidade
científica e a sua reconhecida capacidade de inovação, encontrem rapidamente
uma solução para esta pandemia.