terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O restauro dos Painéis de São Vicente

A edição de hoje do jornal Público destaca na sua primeira página uma imagem dos Painéis de São Vicente, com a notícia que estão a ser restaurados “para nos devolver o original”. É uma grande notícia a relatar um grande acontecimento, o que aqui se salienta porque, por vezes, acontecem grandes manchetes com relatos ou notícias de não-acontecimentos. 
Portanto, o jornal está de parabéns por dedicar a sua manchete e uma parte do seu espaço ao restauro de uma peça notável do nosso património móvel, o que não é vulgar na imprensa portuguesa
Trata-se de um políptico composto por seis painéis, que se julga ter sido executado circa 1470 por Nuno Gonçalves e que foi casualmente descoberto em 1882 no Paço Patriarcal de São Vicente de Fora, encontrando-se actualmente no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Com mais de quinhentos anos de idade e com evidente necessidade de restauro, tornou-se necessário fazer um diagnóstico correcto e ouvir especialistas nacionais e estrangeiros, para se avaliar o que deve ser feito, isto é, saber até onde devem ir os técnicos de restauro na sua busca da pintura original e na correcção dos eventuais repintes feitos em anteriores intervenções de restauro. Hoje o restauro utiliza conhecimentos científicos e recorre a múltiplas técnicas que asseguram uma superior qualidade do restauro, o que permite esperar que a operação decorra com o desejado sucesso.
O projecto iniciou-se no dia 18 de Maio e prevê-se que tenha uma duração de dois anos, devendo assegurar a preservação de uma das maiores obras da pintura portuguesa e restitui-la ao seu aspecto original. 

A protecção ao grande condor-dos-andes

O condor ou condor-dos-andes é a maior ave voadora do nosso planeta e tem 3,3 metros de envergadura das suas asas. 
O seu habitat é a extensa cordilheira dos Andes, na América do Sul, onde desempenha um papel muito simbólico na cultura, no folclore e na mitologia das regiões andinas, pelo que a sua imagem integra os brasões oficiais da Colômbia, do Equador, da Bolívia e do Chile. Porém, o condor é cada vez mais uma espécie em vias de extinção devido à progressiva perda do seu habitat natural e ao facto de ser vítima de envenenamento provocado pelas carcaças abandonadas por caçadores. Perante este quadro, a protecção ao condor-dos-andes faz parte de muitos programas nacionais e alguns países criaram programas de reprodução em cativeiro. 
No caso da Colômbia, segundo anuncia hoje o jornal La Patria, que se publica na cidade de Manizales que fica situada no centro ocidental da Colômbia, os registos indicam que, em todo o país, haverá apenas 130 condores em ambiente selvagem. Por isso, no próximo fim-de-semana vai realizar-se o primeiro recenseamento à escala nacional para obter dados concretos sobre a população de condores, para ajudar à conservação da espécie. Serão contados uno a uno. Naturalmente, o destaque dado pelo jornal La Patria é um estímulo para que o recenseamento tenha sucesso e para que a população dê o seu contributo para a preservação da espécie.