terça-feira, 30 de junho de 2020

As armas de Tancos e os nossos justiceiros


No dia 27 de Junho de 2017 foi detectado um furto de material de guerra do Exército Português que se encontrava nos paióis nacionais de Tancos, o que revelou graves falhas de segurança e de fiscalização nesta unidade militar.
As investigações foram iniciadas debaixo de muitas críticas à instituição militar e, em especial ao Exército, mas o assunto transformou-se num escândalo nacional quando o material de guerra apareceu num descampado e se descobriu que a Polícia Judiciária Militar tinha encenado a sua recuperação acidental com os assaltantes dos paióis. O Ministério Público tomou então conta do processo e, como tantas vezes faz, passou a produzir informação seleccionada para o exterior através da comunicação social, antecipando julgamentos e condenações na praça pública. Como havia um ministro eventualmente envolvido no caso, o Ministério Público tratou, uma vez mais, de mostrar o seu poder e a sua importância nacional ao passar para a opinião pública a ideia da culpabilidade do ministro e a quase absolvição dos assaltantes. A instrução do processo foi muito demorada e, naturalmente, custou muito dinheiro aos contribuintes portugueses. Quando, recentemente, interrogaram o primeiro-ministro e antigo ministro da Justiça sobre este assunto, este referiu-se com ironia ao caso dizendo que até parece que “o crime verdadeiramente grave não foi o roubo das armas, o crime verdadeiramente grave foi recuperar as armas”. Parece que os magistrados não gostaram desta declaração, segundo revela hoje o jornal i. É lá com eles. Eu gostei do que disse o nosso primeiro-ministro, até porque já me tinha parecido que o problema para o Ministério Público era o ministro e não os assaltantes, o que mais uma vez me faz ter dificuldade em suportar este tipo de justiceiros e desconfiar da justiça que querem fazer.

Angola e o desafio das longas distâncias


Angola é um país muito grande com cerca de 1.246.700 km2 de superfície e mais de 30 milhões de habitantes, que faz fronteira com quatro países. É o 22º maior país do mundo em território e a sua costa atlântica tem uma extensão de cerca de 1600 quilómetros, enquanto a distância entre Cabinda, lá bem no norte, e a comuna de Luiana, na província do Cuando-Cubango, é de cerca de 1765 quilómetros.
Nos tempos modernos, as longas distâncias em Angola só podem ser feitas por via aérea e, por isso, a companhia aérea nacional - TAAG -Transportes Aéreos Angolanos – serve 13 destinos domésticos, para além de 16 destinos internacionais, dispondo de uma frota de oito Boeing 777 e cinco Boeing 737. Porém, no início do corrente ano, para reforço das suas capacidades de resposta às necessidades internas, a TAAG anunciou a compra de seis aviões do modelo Dash 8 Q800 por 118 milhões de dólares à construtora canadiana Havilland Aircraft, que é propriedade da Bombardier Aerospace.
Esses aviões deverão ser entregues durante o corrente ano e o primeiro deles, baptizado como Kwanza, já chegou a Luanda, o que naturalmente despertou o interesse do Jornal de Angola por ser um sinal de progresso e de apoio às actividades económicas do país. Boas viagens!