domingo, 17 de março de 2019

O independentismo catalão voltou à rua

Depois da aparente letargia que se seguiu aos acontecimentos de Outubro de 2017, o independentismo catalão está a reaparecer com grande dinamismo e com novas polémicas, sobretudo depois do início do julgamento dos 12 políticos catalães envolvidos no chamado procés.
A primeira dessas polémicas é a intenção do partido independentista Junts per Catalunya (JxCat) de apresentar como seu cabeça de lista às eleições europeias de 26 de Maio, o antigo presidente da Generalitat Carles Puigdemont que está exilado na Bélgica desde Outubro de 2017. Outra polémica resulta da exigência da Junta Eleitoral Central para que sejam retirados dos edifícios públicos regionais as bandeiras independentistas e os laços amarelos, símbolo de apoio aos políticos separatistas presos pelo seu envolvimento no referendo de autodeterminação, o que o governo da Catalunha se tem recusado a fazer.
Estes casos revelaram-se mobilizadores e ontem, em Madrid, realizou-se uma grande manifestação convocada por cerca de seis dezenas de associações de toda a Espanha, em que participaram dezenas de milhares de pessoas e que foi encabeçada por Quim Torra e por outros membros do governo catalão, a reclamar contra o julgamento dos independentistas que estão presos e a exigir a sua libertação, sob o lema “A autodeterminação não é delito. Democracia é decidir”. Vieram da Catalunha cerca de 500 autocarros e 15 comboios de alta velocidade e, segundo o cálculo efectuado pelo jornal La Vanguardia, estiveram em Madrid 55.800 manifestantes.
Entretanto, os partidos políticos espanhóis estão em pré-campanha para as eleições legislativas que se vão realizar no dia 28 de Abril, menos de um mês antes das eleições europeias, regionais e municipais de 26 de Maio, o que significa que a questão catalã vai estar em destaque.