terça-feira, 30 de junho de 2015

Publicidade institucional de gama alta

O Grupo José de Mello Saúde tem uma intervenção muito importante no sector da saúde em Portugal, ao gerir dois hospitais públicos em regime de PPP e 14 unidades de saúde privadas, incluindo 5 hospitais e, segundo anuncia, dispõe de um total de 1430 camas, realiza mais de 1,8 milhões de consultas por ano e mais de 500 mil urgências. O Grupo iniciou a sua actividade em 1945 com vocação para a prestação de cuidados de saúde aos 80 mil empregados do Grupo CUF e seus familiares, o que significa que completou agora 70 anos de idade. O tempo correu e as circunstâncias alteraram-se, mas o Grupo conserva uma estrutura familiar herdada do seu fundador e, por isso, os seus principais dirigentes decidiram celebrar essa data e, entre outras iniciativas, encomendaram uma campanha de publicidade institucional à agência BAR.
Essa campanha publicitária que tem aparecido na imprensa, mas também em mupis e cartazes espalhados pela cidade de Lisboa, é muito criativa e parece cumprir o objectivo de dar notoriedade, valorizar a imagem e reforçar a confiança na marca. Não anuncia bens nem serviços. Partindo da mensagem “a prática faz a perfeição”, a campanha utiliza como protagonistas alguns dos próprios médicos do Grupo CUF. Assim, escolheu seis médicos especialistas que representam a experiência acumulada do corpo clínico das unidades CUF, cujas imagens mostram diferentes momentos da sua vida profissional. Entre esses dois momentos do passado e da actualidade, que são atestados por fotografias, a mensagem quantifica as milhares de intervenções cirúrgicas de todos os tipos ou partos assistidos que justificam “a experiência acumulada” e a confiança dos utentes e da sociedade em geral. 
É uma grande campanha de publicidade institucional, isto é, não apela ao consumo como faria a publicidade comercial, mas reforça a reputação e a credibilidade da instituição e, consequentemente, a confiança dos seus utentes.

O escândalo dos tachos para os amigos

A última edição do semanário Expresso destaca como principal notícia a reabertura de embaixadas para colocar alguns amigos instalados nos gabinetes ministeriais e indica nomes, destinos e padrinhos dos beneficiados. A notícia revela o escandaloso comportamento de alguns governantes que tinham imposto uma severa austeridade aos portugueses, com cortes de salários e de pensões, com muito desemprego e com muita pobreza e que, entre outras medidas de aperto, até tinha encerrado embaixadas e missões diplomáticas para poupar na despesa pública. Agora, sem olhar ao despesismo desnecessário, o governo decidiu reabri-las para nelas colocar os amigos. Cada um deles com remunerações directas e indirectas que vão para além dos cinco dígitos! Isso é que são tachos! É lamentável que o Primeiro-Ministro e o Ministro dos Negócios Estrangeiros utilizem o dinheiro dos meus impostos para beneficiar os seus amigos e fiéis servidores, com lugares em Madrid e Paris, em Bruxelas e Nova Iorque, sem que tais postos se justifiquem. Obviamente que Passos e Machete, que deviam ser um exemplo de contenção e parcimónia, abusam dos seus cargos. É um verdadeiro escândalo o que aqueles governantes estão a fazer, ao assegurar tachos aos amigos. É um velho hábito lusitano e, apesar de estar bem diagnosticado desde há muitos anos, parece que ninguém resiste a esse pecado original de arranjar tachos para pagar fidelidades.