A lusa troika |
Há duas semanas,
perante a aproximação do final do programa de assistência económica e
financeira (PAEF), a generalidade dos nossos.governantes "passou-se" e garantiu que os
impostos não seriam aumentados e, alguns deles, até admitiram que o IRS pudesse
baixar. Essa garantia foi assegurada pelos componentes da lusa troika, isto é, os
ministros Passos, Portas e Madame Albuquerque, a contabilista que sucedeu a
Gaspar. Pressionados pela
proximidade das eleições e pela desproporção entre os sacrifícios impostos à
generalidade da população e os resultados catastróficos que foram obtidos, esses governantes
não se pouparam em declarações de propaganda e garantiram que não
seriam pedidos mais sacrifícios aos portugueses, porque o PAEF tinha sido um sucesso. Mentiram, sabiam que estavam a
mentir e agora estão a desconsiderar-nos e a tratar-nos como uns parvos, ao negar que
vão subir os impostos e que preparam mais medidas de austeridade.
As 84 páginas do
Documento de Estratégia Orçamental (DEO) que entretanto apresentaram, são de uma
confrangedora pobreza e prevêem o aumento do IVA e da TSU, além de outros
impostos e sacrifícios. Sempre a mesma receita contabilística de aumentar
impostos, enquanto o corte das gorduras do Estado continua por fazer. A reforma
do Estado não foi feita porque não há coragem para combater os interesses
corporativos instalados no aparelho de Estado e porque continua a faltar a
coragem para acabar com os boys e as girls que, vindos das estruturas
partidárias, enxameiam a administração pública central, regional e local. Foram três anos de empobrecimento, de endividamento, de emigração, de maior desigualdade, de descrença e de bloqueio, mas de muitos assessores, muitas viagens e muitos Audis. Ajustamento, ainda não sei se foi, mas regabofe foi com certeza. Não foram apenas os programas eleitorais e as promessas não cumpridas. Ninguém
sabe o que agora aí vem. A desconfiança é absoluta, até porque a incerteza nas
perspectivas económicas mundiais é alta, como aliás salienta o DEO. A crítica a esta
trapalhada é quase unânime.
Uma política de verdade deveria reconhecer que a maioria dos objectivos do PAEF falharam e deveria prevenir os cidadãos de que a austeridade terá que continuar, porque três anos de sacrifício e humilhação nada resolveram. Para que os portugueses soubessem e ajuizassem.
Uma política de verdade deveria reconhecer que a maioria dos objectivos do PAEF falharam e deveria prevenir os cidadãos de que a austeridade terá que continuar, porque três anos de sacrifício e humilhação nada resolveram. Para que os portugueses soubessem e ajuizassem.
Porém, eles insistem na mentira
que desacredita a democracia e os políticos, além de minar a confiança dos
portugueses. Estou curioso por saber o que vai acontecer no dia 25 de Maio.