domingo, 30 de setembro de 2012

Está na hora de aprender português

A revista Monocle – A briefing on global affairs, business, culture & design, já distribuiu a sua edição 57 (Outubro de 2012) que é especialmente dedicada à Generation Lusophonia: why Portuguese is the new language of power and trade. São cerca de 250 páginas e, apesar de ainda não ter visto a revista, tive a oportunidade de consultar a respectiva website e ler os resumos de alguns dos seus artigos, mas também alguns comentários feitos por quem já a leu. Em vários desses artigos fala-se de Lisboa e Brasília, Maputo e Luanda, Macau e Rio de Janeiro. Mas também do Porto, do estuário do rio Sado e de Coruche, da família Amorim e da maior indústria corticeira do mundo, de Álvaro Siza Vieira e da arquitectura nacional, da Comporta e de um local que ainda está a salvo do cimento e, de forma especial, dos Açores. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é o pano de fundo desta iniciativa editorial, que contempla outros temas como a língua portuguesa, o acordo ortográfico, a nova onda migratória, os novos negócios e as novas oportunidades. Steve Bloomfield, o editor de assuntos estrangeiros da Monocle justificou a escolha do tema referindo que “sentimos que o mundo lusófono é muitas vezes ignorado pelos outros e era altura de alguém reparar em países que estão a crescer economicamente e onde estão a acontecer coisas fantásticas”, concluindo que “está na hora do resto do mundo começar a aprender um pouco de português”. Num tempo de crise e de enfraquecida confiança é seguramente animadora esta leitura. Espero encontrar rapidamente a revista e recomendo que também o faça.

 

A arrogante teimosia do assessor Borges

O assessor Borges é completamente desprovido de tacto social e é um especialista em frases muito infelizes, absolutamente indesculpáveis a quem se julga uma figura de Estado. Ninguém votou nele. Não tem que ouvir apupos, nem enfrentar manifestantes. Não tem que gerir orçamentos apertados, nem tem que arranjar lugares para os amigos. Não se percebe exactamente qual o seu papel no meio de tudo isto. Exerce funções públicas, mas acumula com funções e interesses privados, o que significa que gosta da promiscuidade. Assume uns ares de arrogância e de superioridade académica intoleráveis, que nos agridem. Parece tratar-se do "ministro sombra" das privatizações, mas há a suspeita de que só não foi para o governo por não conseguir viver com o salário de ministro. No entanto, tem cobertura do nosso primeiro e até há quem diga que ele é que manda.
Há tempos foi noticiado que o assessor Borges teve em 2011 um salário de 225 mil euros e beneficiou do estatuto de isenção de IRS, enquanto funcionário do FMI, mas defende que é urgente a diminuição de salários… dos outros. Foi ele que apresentou o modelo de privatização da RTP que foi veementemente contestado, mas não apareceu ninguém a desautorizá-lo. Agora veio dizer que os empresários que criticaram a taxa social única são ignorantes e, naturalmente, caiu o carmo e a trindade.
Pessoalmente estou farto do Borges e da sua arrogância. Ele poderá ter brilhado em Stanford, ter andado pelos corredores da Goldman Sachs e até saber algumas coisas de economia, mas aqui é um poço de ignorância social, que desconhece o que é o trabalho, a dificuldade e o esforço. Nós não precisamos de gente desta – estou também a pensar no outro da CGD que ameaçou pirar-se – que são uns sacadores e não percebem a nossa realidade social, nem a nosso tecido empresarial. Emigrem por favor!