A tempestade europeia não se atenua e a Grécia (défice=10,5% e dívida pública=142,8%) continua a ser a principal preocupação no actual contexto financeiro europeu e com riscos de incumprimento, mas não está isolada.
Recentemente, a Moody’s baixou o rating de Portugal (défice=9,1 % e dívida pública=93,0%) e, ontem, também baixou o da Irlanda (défice=32,4 % e dívida pública=96,2%), que viram ambos o seu rating entrar na categoria de lixo. Significa que as agências de rating não desistem dos seus ataques às economias periféricas e à moeda única e, dessa forma, perturbam gravemente as hipóteses de recuperação económica e financeira desses países.
Agora, os especuladores parece que alargaram os seus desígnios e os seus mercados apontaram para a Itália e a Espanha, a terceira e a quarta economias da Zona Euro. O diário El Pais refere-se hoje ao ataque à Espanha (défice=9,2 % e dívida pública=60,1%) e à Itália (défice=4,6 % e dívida pública=119,0%), que viram os juros das suas dívidas disparar nos prazos mais curtos e registar um novo máximo, desde que existe a moeda única europeia.
Na passada 2ª feira o alarme soou forte e deu origem a reuniões de emergência, no sentido de reagir, de evitar contágios e de anular as hipóteses de efeito dominó.
No entanto, o esse pânico teve a vantagem de deixar claro que não há soluções nacionais para a crise e que só existe uma solução global europeia. Para quem temia que a Grécia e Portugal pudessem cair num cenário de expulsão da Zona Euro, o ataque à Itália e à Espanha desanuviou algumas nuvens negras e mostrou que, por aqui, tem havido muita gente a falar demais apenas por interesses partidários.