segunda-feira, 15 de julho de 2019

Wimbledon: um torneio para a história

O Torneio de Wimbledon é o mais antigo torneio de ténis do mundo, tendo sido organizado pela primeira vez pelo All England Lawn Tennis and Croquet Club em 1877 no bairro de Wimbledon, da cidade de Londres. O prestígio internacional deste centenário torneio é singular, pois exceptuando a regata Oxford-Cambridge e a America’s Cup, são muito poucas as provas desportivas que tendo começado a disputar-se no século XIX tenham chegado ao século XXI.
No âmbito específico do ténis, o Torneio de Wimbledon, juntamente com o Australian Open, o Torneio de Roland Garros e o US Open, constituem o conjunto de torneios designados por Grand Slam.
No historial de Wimbledon o suiço Roger Federer já averbara oito vitórias, enquanto o sérvio Novak Djokovic já vencera quatro vezes. Ontem disputou-se a final da 133ª edição desta prova e aqueles dois famosos tenistas a que o jornal L’Équipe chamou super héros encontraram-se. Foi uma final que a imprensa considerou épica, histórica e memorável, pois foram necessários cinco sets e a partida durou 4 horas e 55 minutos, o que fez dela mais longa final da história de Wimbledon.
Novak Djokovic, que actualmente é o líder do ranking mundial, foi mais feliz e venceu ao fim de uma longa maratona. Ganhou dois sets por 7-6 e perdeu os outros dois por 1-6 e 4-6. Na 5ª partida que foi muito equilibrada, Federer esteve mais próximo do triunfo mas desperdiçou dois match points, o que não é nada habitual, enquanto Djokovic ganhou no tie break final.
Roger Federer foi melhor em quase tudo, tendo feito mais aces (25 a 10) e mais pontos (218 a 203), mas inesperadamente falhou nos tie-breaks. Com 37 anos de idade e com um palmarés de 20 vitórias em torneios do Grand Slam (contra 18 de Rafael Nadal e 16 de Novak Djokovic), declarou depois do final da partida que “estou aqui, estou de pé e isto ainda não acabou”. O ténis mundial vai continuar animado!

Os portugueses são campeões do mundo

O desporto é um dos fenómenos sociais mais relevantes do nosso tempo, embora esteja cada vez mais dominado por interesses diversos, alguns deles bem perversos. Porém, o que é inquestionável é a riqueza estética do espectáculo desportivo e as emoções que suscita, muitas delas traduzidas em rivalidades e em hostilidades condenáveis, mas outras bem positivas. Foi o que sucedeu ontem em Barcelona com a vitória portuguesa no Campeonato do Mundo de hóquei em patins, depois de 16 anos de interregno e de seis vitórias espanholas nos últimos sete campeonatos, que gerou uma enorme alegria nas bancadas onde se encontravam muitos portugueses e que as televisões não se cansaram de enaltecer em todos os noticiários. Depois de ter defrontado as equipas da Colômbia, do Chile e da Argentina na primeira fase, a equipa portuguesa encontrou as poderosas equipas da Itália e da Espanha nas fases seguintes e chegou à final, onde reencontrou a Argentina. Tal como acontecera na primeira fase, o resultado foi um empate, mas no desempate por grandes penalidades conseguiu o triunfo que constitui o seu 16º título mundial. Segundo refere toda a imprensa o artífice principal deste triunfo foi o guarda-redes Ângelo Girão que parece ter uma especial habilidade para defender grandes penalidades.
Portugal tem agora 16 vitórias nos 44 campeonatos mundiais já disputados, enquanto a Espanha tem 17, a Argentina 5, a Itália 4 e a Inglaterra 2, mas a selecção portuguesa é a que mais vezes subiu ao pódio: 44 vezes.
O prestígio de Portugal no mundo mede-se pela qualidade da sua democracia, pela sua estabilidade social, pelo seu desenvolvimento económico, pela sua riqueza cultural, pela aposta na ciência, pelos seus combates contra a desigualdade e a pobreza, pela protecção do ambiente e da paisagem, pelo valor do seu património arquitectónico e por muitos outros indicadores, mas também pelos êxitos desportivos das suas equipas e dos seus atletas. Ontem, em Barcelona foi apenas mais um, embora o título do jornal A Bola seja um notório exagero, quase a roçar o ridículo.