sábado, 25 de janeiro de 2020

Ceuta é uma fronteira entre dois mundos

A cidade de Ceuta foi conquistada pelos portugueses em 1415 e, quando em 1640 optou por não aderir ao movimento que restaurou a independência de Portugal, continuou a usar o escudo português e a bandeira gironada de branco e negro da cidade de Lisboa. 
Depois, em 1978, quando foi aprovada a actual Constituição espanhola, foi reconhecido à cidade a possibilidade de se constituir numa comunidade autónoma o que, juntamente com Melilla, veio a acontecer em 1995, mas a sua bandeira e o brasão de armas continuaram a ser aqueles que eram usados desde 1415. Esses símbolos não deixam indiferente qualquer cidadão português que visite Ceuta e nem sequer é um problema de saudosismo.
Apesar de estarmos em época de globalização, a pequena cidade de Ceuta é cada vez mais uma ilha, isolada do restante território peninsular espanhol e sujeita a uma pressão migratória dos territórios marroquinos. As suas autoridades afirmam que a cidade vive um momento crítico e preocupante e, nessas circunstâncias, dirigiram-se a Pedro Sanchez, o novo primeiro-ministro espanhol, pedindo-lhe que tire a cidade autónoma do abismo.
O jornal Faro de Ceuta entrevista Juan Vivas, o presidente da Ciudad Autónoma de Ceuta e que também é presidente do PP na cidade, divulgando a carta que enviou a Pedro Sanchez, onde enumera os sete pontos considerados essenciais para tirar Ceuta do abismo, entre os quais o apoio à actividade económica e à criação de emprego, a melhoria das infraestruturas e redes fronteiriças, o apoio ao tratamento da água potável e mais presença do Estado em sectores como a Saúde, a Educação e a Justiça.
O facto é que Ceuta está realmente na fronteira entre dois mundos e isso não está a proporcionar-lhe progresso e ameaça cada vez mais a sua estabilidade e modo de vida.

O coronavírus e a resposta chinesa

Na cidade de Wuhan, que é a sétima maior cidade da China, foi detectado um vírus denominado coronavírus que afecta o sistema respiratório e que, nesta altura, já causou 41 mortes e infectou 616 pessoas na cidade. Ao mesmo tempo que a cidade foi “encerrada” para evitar contágio e impedir a propagação da doença, foram detectados outros casos de coronavírus em diversos países asiáticos, mas também nos Estados Unidos e, nas últimas horas, em França e na Espanha. Apesar das declarações das autoridades sanitárias a alertar que o mundo está melhor preparado do que antes para enfrentar a situação, a preocupação está a tomar conta de muitas populações.
Vários jornais internacionais publicam hoje uma fotografia em que se vêem dezenas de escavadoras a preparar um terreno em Wuhan, no qual vai ser construído um enorme hospital para mil doentes afectados pelo coronavírus. O jornal Hoy, que se publica em Badajoz, na sua edição de hoje publicou essa fotografia em primeira página e dedicou-lhe seis colunas. O hospital deverá ser inaugurado no dia 3 de Fevereiro, o que significa que será construído em dez dias! É notável ou mesmo impensável imaginar esta capacidade que os chineses têm para preparar e executar um projecto desta dimensão e que, por mais simplificado que seja, será sempre muito complexo em estruturas, acessos, esgotos, água, electricidade, iluminação, comunicações, equipamentos e um nunca mais acabar de coisas a que é preciso dar resposta. Em dez dias!