segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

R.I.P. Brigitte Bardot

Brigitte Bardot morreu ontem em Paris com 91 anos de idade e muitas dezenas de títulos da imprensa francesa e mundial escolheram a sua fotografia e frases de homenagem à famosa actriz francesa para manchete das suas edições de hoje. O jornal Le Parisien é apenas um desses jornais e classifica a actriz como a “éternelle BB”, mas as frases com que é homenageada pelos seus compatriotas são, por exemplo, “ícone rebelde”, “imortal”, “ícone do cinema”, “um mito para a eternidade”, “a musa do cinema francês” ou “a exportação mais sedutora da França”, mostrando o enorme apreço que os franceses tinham pela artista que foi um sex symbol dos anos 1960 e que quebrou convenções sociais, mas que também foi uma das marcas da luta pela emancipação da mulher e que, através do cinema, também muito contribuiu para a projecção da imagem da França no mundo. A morte de Brigitte Bardot também teve ampla repercussão na imprensa mundial, porque era um símbolo de uma época e de um país, tendo o jornal The Washington Times, que também noticiou a sua morte em primeira página, feito referência à “French femme fatale” que, como acertadamente salienta, foi um “fenómeno cultural”.
Em Março de 1960 a artista visitou Lisboa e eu recordo como muitas dezenas de alunos do meu liceu faltaram às aulas e foram ao aeroporto para ver ao vivo esse ícone da beleza e da juventude. Não se falava noutra coisa e vivia-se uma verdadeira BB-mania.
O último filme de Brigitte Bardot foi apresentado em 1973, quando tinha 39 anos de idade, tendo a partir de então passado a dedicar-se integralmente à defesa dos direitos dos animais.

A "dinastia Nehru" e a política na Índia

A Índia é o país mais populoso do mundo e a quinta potência económica mundial, sendo constituída por 28 estados federados e oito Union Territories
É considerada a maior democracia do mundo e, depois da sua independência que foi proclamada em 1947, passou a ser governada pelo Partido do Congresso Nacional Indiano (INC), sozinho ou em coligação. O mundo conheceu então “a dinastia de Nehru” que dominou a política indiana durante muitos anos, com os primeiros-ministros Jawaharlal Nehru, a sua filha Indira Gandhi e o seu neto Rajiv Gandhi.
Em 1980 foi criado o Partido do Povo Indiano (BJP), um partido de direita radical baseado no comunalismo e no nacionalismo hindus, com íntima ligação ao Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), uma organização paramilitar com características fascistas. O BJP cresceu rapidamente, ganhou as eleições em vários estados e em 1996 chegou ao governo da Índia através de Atal Vajpayee.
Actualmente, o BJP governa 15 dos 28 estados indianos, o INC governa três e há ainda dez estados governados por coligações diversas, mas o BJP também tem a maioria no Parlamento (Lok Sabha) e tem Narendra Modi, seu militante e membro do RSS, como primeiro-ministro desde 2014. Muita gente na Índia, sobretudo muçulmanos e católicos, temem cada vez mais o radicalismo religioso e sentem-se ameaçados pelo BJP e pelo RSS.
Uma das mais recentes medidas de Narendra Modi é a tentativa de revogação da Lei Nacional de Garantia de Emprego Rural Mahatma Gandhi (MGNREGA), que apoia as camadas mais pobres e vulneráveis ​​das comunidades rurais. Segundo informa a imprensa indiana de hoje, nomeadamente o jornal The New Sunday Express, o Partido do Congresso vai lançar o movimento nacional “Salve o MGNREGA” a partir do próximo dia 5 de Janeiro, numa tentativa de sair da sua irrelevância política actual. Na cerimónia de apresentação desse movimento, estiveram Sonia Gandhi, a viúva de Rajiv Gandhi, e o seu filho Rahul Gandhi que é deputado no Lok Sabha. 
É a “a dinastia de Nehru” a reaparecer e a dar esperanças aos milhões de indianos que confiam na democracia secular instituída em 1947 por Jawaharlal Nehru.