quinta-feira, 30 de maio de 2024

As escolhas americanas: Biden ou Trump?

Faltam pouco mais de cinco meses para as eleições americanas e o mundo mostra-se cada vez mais interessado, talvez mesmo preocupado, com o que vai acontecer no dia 5 de novembro de 2024, isto é, se o próximo presidente dos Estados Unidos será o democrata Joe Biden ou o republicano Donald Trump.
Desde há vários meses que as sondagens têm sido favoráveis a Donald Trump, mas se há sondagens para todos os gostos em todo o lado, nos Estados Unidos essa é uma verdade ainda mais evidente. No entanto, os observadores têm destacado o facto de Trump estar em vantagem em cinco estados decisivos – Michigan, Arizona, Nevada, Geórgia e Pensilvânia – enquanto Biden não tem recuperado terreno, apesar da melhoria económica americana e da provável condenação de Trump no caso do pagamento a uma atriz pornográfica com dinheiros públicos. Porém, a mais recente sondagem que se conhece e que é analisada pela revista Newsweek, indica que há uma quebra no apoio a Joe Biden, sobretudo entre os eleitores mais jovens, nos negros e nos hispânicos, que contestam a política americana em relação a Israel. Embora os americanos não estejam a combater na Ucrânia, nem em Gaza, como aconteceu no Vietnam, no Iraque e no Afeganistão, a violência da guerra tem entrado diariamente em sua casa através das trágicas imagens televisivas. Ninguém aprova a violência israelita, mas Joe Biden não consegue acabar com ela. 
O protesto contra o apoio militar americano a Israel tem subido de tom entre os jovens, entre os árabes americanos e até em alguns judeus, que mostram indignação pelas dezenas de milhares de palestinianos mortos em Gaza. As imagens televisivas da tragédia geram um protesto que tem aumentado e podem custar a reeleição a Joe Biden, como refere a capa da Newsweek. Enfim, com Biden ou Trump, muitos americanos temem pelo futuro.

A enorme força dos festivais da Lusofonia

O jornal Correio da Manhã-Canadá que se classifica como “o melhor jornal em língua portuguesa do Canadá”, aparece semanalmente em Brampton, uma comunidade localizada na área metropolitana de Toronto. Na sua última edição, o jornal anuncia que é “já este fim-de-semana” que se inicia o 5º Lusofonia Festival e, ao mesmo tempo, convida cada um dos seus leitores para que “celebre connosco os 50 anos da cidade de Brampton e o Dia de Portugal”. A notícia é ilustrada com o logotipo do 5º Lusofonia Festival, onde se reconhecem as bandeiras dos nove países da CPLP e, também, a bandeira da Região Administrativa Especial de Macau.
A questão da Lusofonia é muito falada em Portugal, mas quase sempre com um conteúdo demasiado retórico e inconsequente. Por outro lado, em muitas das comunidades da diáspora, a Lusofonia é celebrada com orgulho e junta todos aqueles que falam português, com as suas músicas, as suas gastronomias, o seu folclore e artesanato, as suas festividades religiosas e as suas práticas culturais. Assim acontece no Canadá e nos Estados Unidos, na África do Sul e em Macau, mas também em outras comunidades lusófonas espalhadas pelo mundo e em especial na Europa.
Segundo os seus organizadores esta sequência de eventos na cidade canadiana de Bampton ”celebra a diversidade, fortalece laços económicos e sociais e promove a inclusão”, enriquecendo a comunidade lusófona. Aqueles que vivem ou viveram fora do território nacional envolvem-se com maior entusiasmo nas festividades lusófonas, atenuando as "saudades do fado e do bacalhau", mas evocando também as memórias mais profundas das suas origens. O facto é que estas iniciativas da sociedade civil, designadamente na diáspora, fazem mais pela língua portuguesa do que as conferências, os simpósios e os colóquios que as instituições públicas promovem, muitas vezes com elevados custos para o erário público.