O Parlamento Europeu encomenda periodicamente estudos de
opinião pública nos estados-membros para melhor conhecer a percepção e as
expectativas dos cidadãos sobre as suas actividades e as da União Europeia (UE)
no seu conjunto. O mais conhecido desses estudos é o Standard Eurobarometer, vulgarmente conhecido por Eurobarómetro que,
desde 1973, se publica duas vezes por
ano.
O Eurobarómetro 79
(Primavera de 2013) tinha
mostrado que, tanto a nível europeu como nacional, a confiança nas instituições
era bastante baixa e que, no caso de Portugal, havia 71% da população sem
confiança nas instituições da UE, enquanto 81% não acredita no seu Parlamento e 88% não confia no seu Governo.
Agora foi divulgado o Eurobarómetro 80 (Outono de 2013) que revela que Portugal se situa “sempre
entre os três países mais pessimistas da UE” e que “a maioria dos portugueses
pensa que a situação económica e em termos de emprego irá piorar no próximo ano", além de que "uma elevada proporção considera que o mesmo irá acontecer à sua situação
profissional pessoal e às condições financeiras do seu agregado familiar”. Em
termos políticos, a situação é ainda mais pessimista, pois Portugal é o país da
UE que tem o mais elevado nível de insatisfação com o funcionamento da sua
democracia, sendo de 85% a percentagem de inquiridos que se declaram
insatisfeitos, quando a média europeia é de 52%. Este resultado é o mais baixo
de sempre no nível de satisfação com a democracia em Portugal e, obviamente, está relacionada com a crise e com a forma como é gerida. Perante este triste
quadro de pessimismo e desta ausência de ânimo e de confiança, como é possível
que andem por aí tão eufóricos alguns dirigentes políticos e alguns dos seus fiéis lambe-botas. São uns mentirosos e desonestos!