segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Eleições americanas: incerteza até ao fim

A menos de dois dias das eleições presidenciais americanas, muitos jornais apresentam nas suas capas as fotografias dos dois candidatos, enquanto as sondagens indicam que estão empatados, o que significa uma grande incerteza para os Estados Unidos e para o mundo. A disputa entre Donald Trump e Kamala Harris tem sido centrada nas suas características pessoais e nas questões do aborto, da imigração, da economia, dos impostos, da inflação, do combate ao crime e das alterações climáticas. Esses são os temas que mais interessam os 244 milhões de eleitores anericanos, dos quais 75 milhões já votaram antecipadamente. 
Porém, para aqueles que no mundo acompanham as eleições americanas, as crises no Médio Oriente e na Ucrânia são, certamente, os temas mais importantes e sobre eles, ambos os candidatos têm sido muito cautelosos, tanto em relação ao eleitorado judeu, como em relação ao eleitorado árabe e palestiniano.
Na Europa, que tem sido politicamente irrelevante nestes conflitos e que tem lidado muito mal com eles, a personalidade truculenta, grosseira e inculta de Donald Trump é uma coisa que preocupa e assusta, pelo que Kamala Harris tem a preferência dos europeus, embora muitos critiquem o seu alinhamento umbilical com Israel e com a política prosseguida por Joe Biden, que continua a fornecer armamento ao regime brutal de Netanyahu e, implicitamente, a apoiar o gernocídio em Gaza e a destruição na Cisjordânia e no Líbano. 
Como escreve hoje o novaiorquino Daily News é uma fateful choice, mas se eu fosse americano, certamente que nunca daria o meu voto ao Donald, nem às suas boçalidades.