Alguns jornais espanhóis e latino-americanos destacaram nas suas edições de hoje uma informação fornecida pelo Instituto Cervantes no seu anuário de 2012: com mais de 495 milhões de falantes, a língua espanhola é a segunda língua mais falada do mundo, logo a seguir ao mandarim. O diário madrileno ABC destaca essa notícia em primeira página, com a informação de que o Instituto Cervantes é o órgão que promove o ensino da língua e da cultura espanholas em todo o mundo e que está presente em 77 cidades de 44 países, sobretudo na América e na Ásia.
O anuário também informa que o espanhol é o segundo idioma de comunicação internacional depois do inglês e que é o terceiro mais utilizado na internet, logo a seguir ao inglês e ao mandarim, referindo que há actualmente mais de 18 milhões de estudantes que aprendem o espanhol como língua estrangeira e que, em 2012, o Instituto Cervantes registou um crescimento de 8% no número de estudantes matriculados. Na cerimónia de apresentação do anuário o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Espanha referiu-se ao Instituto Cervantes como “a jóia da coroa” da acção externa da Espanha e alertou para “o perigo que representa a globalização” no que respeita à aquisição de uma cultura universal uniforme e de padrão anglo-saxónico.
A língua portuguesa é, depois do inglês e do espanhol, a mais falada das línguas europeias e, por isso, o alerta espanhol também nos deve preocupar. Assim, bom seria que o Instituto Camões também fosse “a jóia da coroa” da nossa acção externa. Aparentemente, porém, é apenas a promoção das exportações que mobiliza a nossa acção externa e não sei se a acção do Camões tem o reconhecimento concreto e o apoio orçamental que se justifica.