quarta-feira, 25 de setembro de 2019

O clima junta Guterres e Marcelo na ONU

Por iniciativa do Secretário-geral das Nações Unidas reuniram-se em Nova Iorque muitos líderes políticos dos 193 Estados-membros para participar na Cimeira da Acção Climática, a qual pretendeu ser um palco para anunciar compromissos e projectos concretos para o reforço do combate às alterações climáticas. Com esta iniciativa, António Guterres quis lembrar as metas do Acordos de Paris sobre as alterações climáticas alcançado em 2015.
Antes daquela cimeira realizou-se a Cimeira da Acção Climática para a Juventude, cujo debate foi conduzido por alguns jovens activistas em que se destacou a adolescente sueca Greta Thunberg. Nessa cimeira, António Guterres afirmou que existe um “conflito sério entre as pessoas e a natureza”, acrescentando que o mundo precisa de um novo modelo de desenvolvimento ligado às alterações climáticas, que garanta justiça e igualdade entre as pessoas, mas também uma relação boa entre a população e o planeta.
Na Cimeira da Acção Climática que se seguiu, em que foi aproveitada a presença de quase uma centena de líderes mundiais que no dia seguinte iriam participar na Assembleia Geral das Nações Unidas, foi tratado o tema do combate às alterações climáticas e fixado o objetivo de, nos próximos dez anos, reduzir as emissões globais de gases com efeito estufa em 45% e de alcançar a neutralidade carbónica até 2050. Disse António Guterres que “ainda não é demasiado tarde” e pediu que aquele encontro não fosse utilizado para discursos ou negociações, mas apenas para acções concretas e compromissos. “A emergência climática é uma corrida que estamos a perder, mas que ainda podemos ganhar”, acrescentando que “a crise climática é provocada por nós e as soluções devem vir de nós”.
Portugal esteve bem representado nesta cimeira pelo Presidente da República que, uma vez mais, se fez acompanhar por demasiados jornalistas que até o questionaram sobre Tancos, a demonstrar que a sua deslocação, que é paga com os meus impostos, não é necessária e que bastava a cobertura noticiosa da Agência Lusa.
O Diário de Notícias registou na sua primeira página a fotografia de António Guterres e de Marcelo Rebelo de Sousa, amigos de longa data e que tão bem representam o nosso país.

Boris Johnson é um grande mentiroso

O Supremo Tribunal britânico decidiu por unanimidade dos seus 11 juízes que o conselho dado por Boris Johnson à Rainha Isabel II para suspender os trabalhos do Parlamento por cinco semanas foi “ilegal, vazio e sem efeito”, pelo que o Parlamento vai abrir hoje as suas portas.
Foi uma pesada derrota para o primeiro-ministro que foi acusado de “frustar e impedir” que os deputados cumprissem os seus deveres constitucionais, isto é, quase foi acusado de ter tentado fazer um golpe de estado. Hoje todos os jornais britânicos destacam esta notícia e desancam no tresloucado primeiro-ministro, dizendo que Boris Johnson é um mentiroso e deve pagar por isso. “Ele enganou a Rainha, o povo e o Parlamento”, é o título do The Guardian. Um outro jornal destaca que Boris “voa para o caos” e que, apesar de humilhado, recusa a demissão, embora outro jornal já antecipe a sua saída e escreva “Bye, bye Boris”.
Temos, assim, que o processo do Brexit continua a produzir sucessivos acontecimentos sensacionalistas, que se assemelham a uma palhaçada própria de uma república das bananas e que ninguém imaginaria poderem acontecer na ilha onde reinou a Rainha Victoria e governou Winston Churchill. Naturalmente, a imprensa alimenta-se destas situações e, aparentemente, não tem procurado qualquer via de sensatez e de equilíbrio que ajudasse a resolver a situação. Apesar da aproximação da data de saída da União Europeia que está prevista para o dia 31 de Outubro, mantém-se o mesmo grau de incerteza e de confusão quanto ao futuro, que havia há um mês, ou há cinco meses, ou há um ano. Em boa verdade, parece que no Reino Unido ninguém sabe como sair deste imbróglio.

Donald Trump alvo de 'impeachment'

Nancy Pelosi, a líder democrata da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, anunciou ontem a abertura de um processo formal de impeachment contra o Presidente Donald Trump, por suspeitas de ter feito depender o desbloqueio da ajuda americana à Ucrânia da abertura de uma investigação ao filho de Joe Biden, um dos seus possíveis adversários democratas nas eleições de 2020.
Segundo foi declarado por Nancy Pelosi, o Presidente Donald Trump telefonou a Volodimir Zelenskii, o Presidente da Ucrânia, pressionando-o para prejudicar Joe Biden e esta pressão sobre um líder estrangeiro para obter benefícios políticos pessoais viola gravemente a Constituição dos Estados Unidos. Assim e porque ninguém está acima da lei, os Democratas decidiram avançar para o impeachment, o que hoje é destacado pelo USA Today.
Depois de várias ameaças, sobretudo depois das investigações sobre a interferência russa nas eleições americanas a favor de Trump, é a primeira vez que os Democratas avançam com um processo contra ele. Porém, o processo é complexo, demorado e não tem garantias de sucesso, mas a pouco mais de um ano das eleições presidenciais, esta iniciativa faz parte do jogo político. Na Câmara dos Representantes a maioria simples parece estar assegurada (235 em 435 lugares), pelo que o processo pode passar ao Senado onde precisa de dois terços para ser aprovado, mas os Democratas apenas têm 47 dos 100 lugares, pelo que é improvável que a iniciativa tenha sucesso.
De resto, seria a primeira vez que um processo de impeachment teria como efeito o afastamento coercivo do Presidente. Parece, portanto, que esta iniciativa democrata apenas pretende desgastar politicamente o Donald e não visa o seu mais que improvável afastamento.