O Supremo
Tribunal britânico decidiu por unanimidade dos seus 11 juízes que o conselho
dado por Boris Johnson à Rainha Isabel II para suspender os trabalhos do
Parlamento por cinco semanas foi “ilegal, vazio e sem efeito”, pelo que o
Parlamento vai abrir hoje as suas portas.
Foi uma pesada
derrota para o primeiro-ministro que foi acusado de “frustar e impedir” que os
deputados cumprissem os seus deveres constitucionais, isto é, quase foi acusado
de ter tentado fazer um golpe de estado. Hoje todos os jornais britânicos destacam
esta notícia e desancam no tresloucado primeiro-ministro, dizendo que Boris
Johnson é um mentiroso e deve pagar por isso. “Ele enganou a Rainha, o povo e o
Parlamento”, é o título do The Guardian. Um outro jornal destaca
que Boris “voa para o caos” e que, apesar de humilhado, recusa a demissão,
embora outro jornal já antecipe a sua saída e escreva “Bye, bye Boris”.
Temos, assim, que
o processo do Brexit continua a produzir sucessivos acontecimentos
sensacionalistas, que se assemelham a uma palhaçada própria de uma república
das bananas e que ninguém imaginaria poderem acontecer na ilha onde reinou a
Rainha Victoria e governou Winston Churchill. Naturalmente, a imprensa alimenta-se destas situações e,
aparentemente, não tem procurado qualquer via de sensatez e de equilíbrio que
ajudasse a resolver a situação. Apesar da aproximação da data de saída da União
Europeia que está prevista para o dia 31 de Outubro, mantém-se o mesmo grau de
incerteza e de confusão quanto ao futuro, que havia há um mês, ou há cinco
meses, ou há um ano. Em boa verdade, parece que no Reino Unido ninguém sabe
como sair deste imbróglio.
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