segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Donald Trump é um enigma por decifrar

A cidade de Fortaleza que é a capital do estado do Ceará, fica situada no noroeste do Brasil e dista 5.608 km de Lisboa e 4.710 km de Chui, na fronteira uruguaia, o que mostra como o Brasil é grande e explica algumas das peripécias por que passou o seu processo de independência no primeiro quartel do século XIX.
Nessa cidade nordestina publica-se, desde 1928, o jornal O POVO que, na sua última edição, apresentou como tema de capa a figura do presidente Donald Trump, através de uma expressiva ilustração com o título “Decifrando Trump”, em que o rosto do presidente dos Estados Unidos é desenhado com base num circuito integrado, isto é, um circuito electrónico miniaturizado a que também se chama chip.
É uma capa de singular imaginação e criatividade que chama a atenção para a presidência de Donald Trump, que tem sido marcada pela imprevisibilidade e por orientações enviesadas do tipo “uma no cravo e outra na ferradura”. A sua acção política que, interna e externamente, se traduz no movimento MAGA, parece ter várias obsessões económico-comerciais, como a progressiva subalternização da Europa e dos seus líderes, o protecionismo comercial americano através de taxas alfandegárias e a venda de armamentos aos países da NATO, mas também a obsessão pela conquista de um reconhecimento universal que o Prémio Nobel da Paz lhe traria.  As suas posições quanto aos conflitos na Ucrânia e em Gaza suscitam as mais desencontradas opiniões, mas o facto é que, muitas vezes, não se percebe se Trump quer a paz ou se, pelo contrário, pretende que os conflitos prossigam para assim continuar a alimentar o próspero negócio americano da venda de armamento, mesmo que para isso tenham que ser criadas realidades virtuais que levem os países a aplicar os seus recursos escassos em defesa ou, dito de outra forma, a trocar “manteiga por canhões”.
Donald Trump é realmente um enigma e o jornal O POVO procurou decifrá-lo.