terça-feira, 15 de outubro de 2019

O renascer do independentismo catalão

A sentença foi conhecida ontem e o Supremo Tribunal de Espanha condenou nove dirigentes independentistas catalães pelo crime de sedição a penas que vão dos 9 aos 13 anos de prisão. A acusação utilizara o termo rebelião, que consiste na modificação das estruturas do Estado a fim de alcançar a independência de um território ou desrespeitar a Constituição através de violência nas ruas, mas o Tribunal adoptou o conceito de sedição, que é mais moderado, definindo-se como a promoção de tumultos para impedir a aplicação das leis. Com essa opção do Tribunal, os 30 anos de pena máxima previstos para a rebelião foram reduzidos para os 15 anos de pena máxima por sedição. Pouco depois do anúncio da sua decisão, o Supremo Tribunal reactivou o mandado de detenção europeu sobre Carles Puigdmont, o antigo presidente da Generalitat, com vista à sua extradição para Espanha.
A condenação refere-se aos acontecimentos que ocorreram entre Setembro e Outubro de 2017 na Catalunha, que envolveram a realização de um referendo ilegal, grandes manifestações e a intervenção do governo espanhol que aplicou o artigo 155 da Constituição de Espanha, que suspendeu a autonomia catalã e demitiu a Generalitat.
O anúncio das condenações agitou a cena política espanhola e foi o rastilho para muitos protestos e confrontos entre milhares de manifestantes e a polícia, sobretudo em Barcelona, onde o aeroporto foi ocupado, o que obrigou ao cancelamento de uma centena de voos.
O independentismo catalão estava adormecido mas renasceu com esta sentença, anunciando-se uma onda de desobediência civil e de protesto violento, não havendo por agora quem fale em diálogo. No próximo dia 10 de Novembro vão realizar-se eleições legislativas em Espanha e esta decisão do Supremo Tribunal vai ser usada na campanha eleitoral e, também ele, vai ser julgado nas urnas.