segunda-feira, 18 de março de 2019

O protesto dos coletes amarelos de Paris

Pela 18ª semana consecutiva os “coletes amarelos” franceses estiveram activos no passado fim de semana ao convocarem mais um dia de protesto em que se manifestaram com grande violência, sobretudo no centro de Paris e, em especial, nos Campos Elíseos. Houve automóveis incendiados, lojas saqueadas e destruídas, quiosques arrasados, uma agência bancária assaltada e até foi atacado o restaurante Le Fouquet, o favorito do Presidente Emmanuel Macron.
As imagens divulgadas mostram chamas e fumos negros em muitos locais, a denunciar actos de grande vandalismo que o jornal Le Figaro classificou como insuportáveis e que alguns jornalistas atribuiram aos “profissionais do tumulto”. Essas imagens evocam-nos o ditador alemão Adolf Hitler, quando em Agosto de 1944 perguntava se Paris já estava a arder. Agora há quem diga que Paris está de novo a arder, embora provavelmente com mais intensidade do que acontecera quando da retirada alemã de 1944.
Hoje já não há dúvidas que alguns grupos extremistas se terão infiltrado no protesto dos “coletes amarelos” e serão esses grupos os principais responsáveis pelas destruições que se têm repetido nos últimos fins de semana de protesto.
Foi anunciado que cinco mil agentes da polícia foram mobilizados para a zona dos Campos Elísios, onde foram detidas 230 pessoas das cerca de 10 mil que protestaram em Paris. Ao fim de 18 semanas de protesto e de destruições em larga escala, também há quem acuse as autoridades por falta de firmeza na repressão dos responsáveis pelas destruições que, naturalmente, vão para além do seu legítimo protesto.