domingo, 10 de março de 2024

Em busca de solução de paz para a Ucrânia

Nos últimos dias têm-se multiplicado as declarações sobre o conflito entre Rússia e a Ucrânia, destacando-se algumas propostas para que sejam iniciadas negociações de paz, o que é reclamado por meio mundo, que bem sabe como o conflito pode alastrar e atingir proporções catastróficas. Por isso, Putin e Zelensky têm que ser convencidos a conversar. 
Acontece que durante uma recente visita de Zelensky à Turquia, o presidente Recep Tayyip Erdogan afirmou que o seu país estava pronto para acolher uma cimeira de paz para “acabar com a guerra através de negociações”, mas não terá sido bem-sucedido. Também o Papa voltou a falar na necessidade de encontrar a paz. Da mesma forma, numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, também a China apelou às partes envolvidas para que construam gradualmente um consenso e explorem conjuntamente soluções viáveis, pedindo negociações de paz directas com a Rússia e oferecendo a sua ajuda para “construir pontes”. A China apelou ao “diálogo directo” entre a Rússia e a Ucrânia com as partes à mesa de negociações para pôr um ponto final no conflito que já vai no seu terceiro ano. A edição dominical do diário chinês South China Morning Post que se publica em Hong Kong, desenvolve hoje este assunto, salientando que neste conflito não há vencedores e que “todos os conflitos devem terminar à volta da mesa de negociações”. Sobre esse assunto, o diplomata Geng Shuang, enviado especial da China às Nações Unidas, acentuou que “quanto mais cedo começarmos a conversar, mais cedo a paz chegará”.
Estas tentativas para encontrar soluções para o conflito têm encontrado resistências, tanto da parte russa como da parte ucraniana, porque ambos continuam a falar na derrota do outro, embora ambos estejam a ser derrotados nesta guerra. Entretanto, Zelensky continua a pedir cada vez mais armas, munições e dinheiro, enquanto Putin continua a ocupar território alheio e a lançar drones sobre as cidades ucranianas. A situação é complexa e ameaça a estabilidade mundial, pelo que se saúdam as iniciativas de paz da Turquia, da China, da Santa Sé, da Suiça e de outros países.

A comunidade cabo-verdiana e as eleições

Estão a decorrer hoje em Portugal as eleições para a Assembleia da República e, logo de manhã, eu cumpri o meu dever cívico e exerci o meu direito de votar.
A campanha eleitoral foi muito longa e a “caça ao voto” foi muito intensa, com muitas promessas, demasiado irrealismo, muita demagogia e alguma promiscuidade na comunicação social que, demasiadas vezes, manipula o eleitorado através da divulgação de sondagens e de comentários que sendo alinhados partidariamente, são publicitados como se fossem independentes. Não houve um verdadeiro esclarecimento do eleitorado e, por isso, os eleitores votam mais com a emoção e menos com a razão.
O eleitorado português é uma espécie de caleidoscópio com residentes de múltiplas origens, com nacionalidade portuguesa ou com dupla nacionalidade, mas também com não residentes, sobretudo as gentes da diáspora. Por isso, as eleições portuguesas interessam a muita gente, dentro e fora do território nacional.
Acontece que, por razões históricas, sociológicas e emocionais, existe em Portugal uma importante comunidade de origem cabo-verdiana que tem direito a voto e vota. As suas escolhas são certamente semelhantes às dos outros eleitores, mas a comunidade tem aspirações próprias, como revela o jornal cabo-verdiano A Nação, que é um diário que se publica na cidade da Praia desde 2007 e que, para além da sua edição impressa, pode ser assinado online. Na sua primeira página, o jornal publica uma fotografia de uma manifestação realizada por uma associação cabo-verdiana em defesa de uma “vida justa”, contra o racismo e de alerta pela ”ameaça da extrema-direita”, informando sobre “a presença de filhos dos imigrantes em listas de partidos políticos” e revelando que existem muitas preocupações quanto ao possível “recuo nas conquistas dos últimos anos”. Sintetizando, as eleições portuguesas são importantes para os portugueses de Cabo Verde, onde quer que vivam.