terça-feira, 26 de março de 2019

Airbus ou Boeing: as escolhas da China

Numa altura em que a Boeing atravessa uma grave crise em consequência dos acidentes com o seu modelo 737 Max, a China avançou com a maior encomenda alguma vez feita ao construtor europeu Airbus.
O avião Boeing 737 Max parecia dominar o mercado aeronáutico e a Boeing já tinha registada uma carteira de 4316 encomendas, mas porque apenas foram entregues 86 aviões, havia uma lista de espera de 4230 unidades. Entretanto, aconteceram os acidentes com o voo Lion Air 610 que se despenhou no mar de Java, na Indonésia, e mais recentemente, com o voo ET 302 da Ethiopian Airlines. Os voos do 737 Max foram suspensos, muitas encomendas foram canceladas e as acções da empresa tiveram uma brutal queda na Bolsa.
Foi nesse contexto que foi assinado em Paris, na presença de Emmanuel Macron e de Xi Jinping, que está em visita oficial a França, o contrato para a aquisição de 300 aviões para treze companhias aéreas chinesas. Os aviões serão construídos na fábrica da Airbus em Tianjin, a norte de Pequim e, a preços de catálogo, a encomenda custará mais de 32 mil milhões de dólares (custo unitário da ordem de 100 milhões de dólares). Assim, os franceses aproveitaram a tensão comercial que o Donald criou com os chineses e, segundo o jornal La Dépêche du Midi, bateram o seu próprio record de encomendas.
Tal como a recente encomenda de submarinos pela Austrália animou a região da Bretanha, também esta encomenda entusiasmou a região de Toulouse, até porque se estima que até 2037 a China terá necessidade de 7400 aviões de passageiros e carga.