sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Prémio Camões 2021 foi para Moçambique

O Prémio Camões, que é considerado a mais importante distinção da literatura em língua portuguesa e que é atribuído anualmente pelos governos de Portugal e do Brasil a um autor “cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum”, foi atribuído à escritora moçambicana Paulina Chiziane.
Criado em 1988, o Prémio Camões já distinguiu catorze portugueses, treze brasileiros, três moçambicanos, dois angolanos e dois cabo-verdianos e o júri decidiu por unanimidade atribuir o prémio de 2021 a Paulina Chiziane, que assim se junta aos seus compatriotas José Craveirinha e Mia Couto, os moçambicanos que já venceram o Prémio Camões. A notícia foi divulgada pelo jornal Público, que anuncia que o júri que distinguiu a escritora assinalou a importância que nos seus livros dedica aos problemas da mulher moçambicana e africana, no contexto da sua cultura específica e das transições por que tem passado desde o fim da era colonial. 
Paulina Chiziane “está traduzida em muitos países” e já recebeu vários prémios e condecorações, tendo a valia cultural da sua obra sido reconhecida em Portugal, pelo que foi condecorada em 2014 com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. O seu primeiro livro foi publicado em 1990 em Moçambique e intitula-se Balada de Amor ao Vento, pelo que passou a ser considerada pela crítica como “a primeira romancista de Moçambique”, mas a sua obra tem sido regularmente publicada em Portugal pela Editorial Caminho. 
Já li alguma coisa da obra de Craveirinha e de Mia Couto, mas não conhecia Paulina Chiziane. Naturalmente, esta escritora moçambicana vai ser uma das minhas próximas leituras, embora a sua obra pareça estar esgotada em Lisboa.