sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Como vai ser o mundo depois da pandemia

Na sua última edição a revista francesa Le Point pergunta quem dominará o mundo depois da pandemia que nos continua a afectar, utilizando uma fotomontagem em que alguns líderes mundiais correm numa prova para alcançar o primeiro lugar nessa corrida atlética. A pergunta da revista é pertinente, até porque a História nos mostra que depois das grandes crises nada fica como antes. Assim, depois do centro do mundo ter estado na Europa e depois ter passado para os Estados Unidos, quase sempre em situações de acentuada bipolaridade, pergunta-se o que vai acontecer na competição entre os grandes espaços – América, Ásia e Europa – para a relocalização do centro do mundo, embora cada vez mais se pareça caminhar para um mundo multipolar que, certamente, será mais instável e mais perigoso. 
A fotomontagem é muito sugestiva e mostra cinco atletas em prova atlética: Emmanuel Macron (França), Angela Merkel (Alemanha), Joe Biden (Estados Unidos), Tsai Ing-wen (Taiwan) e Xi Jinping (China). Porém, se coubessem nessa fotomontagem, talvez lá pudessem ser incluidos outros atletas, como Vladimir Putin (Rússia), Boris Johnson (Reino Unido), Narendra Modi (Índia), Yoshihide Suga (Japão) ou Recep Erdoğan (Turquia). 
No actual contexto pandémico que sugere naturais mudanças na ordem mundial, a análise da geopolítica e da geoestratégia mostram como se confrontam as ambições das grandes e das médias potências, como se constroem alianças e como a paz e o progresso são demasiado vulneráveis à actuação dos líderes que vão controlando o mundo.