Lisboa - Rua António Maria Cardoso, 18
Nos edifícios com várias portas, com números que vão do Nº 2 ao Nº 26 da Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, esteve instalada a sede da antiga polícia política do Estado Novo, sucessivamente chamada Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE, 1933-1945), Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE, 1945-1969) e Direcção-Geral de Segurança (DGS, 1969-1974).
Nestes edifícios estiveram presos e foram interrogados e torturados milhares de homens e mulheres, tendo muitos deles falecido em consequência dos maus tratos sofridos.
No dia 25 de Abril de 1974 aqueles edifícios da PIDE/DGS constituíam, virtualmente, um dos baluartes do regime e, provavelmente, um dos objectivos de maior risco para o MFA, até porque neles se tinham concentrado muitos agentes. Na tarde desse dia, a população cercou a sede da PIDE/DGS tendo alguns agentes disparado sobre os manifestantes e causado as suas últimas quatro vítimas mortais e ferido dezenas de outras pessoas, conforme assinala uma lápide colocada junto da porta Nº 18.
sábado, 7 de maio de 2011
O estertor da PIDE em 1974
Temos que ser capazes!
O plano de ajuda preparado pela troika (FMI, BCE e CE) e que teve o apoio dos partidos do chamado arco governativo, constitui um desafio enorme para Portugal, mas é também uma grande oportunidade.
A entrada na Comunidade Europeia em 1986 tinha gerado um substancial fluxo de fundos comunitários que, naturalmente, deu origem aos primeiros facilitismos e despesismos. Depois, a introdução do euro em 2002, não considerou correctamente o diferencial de produtividade entre Portugal e os seus parceiros comunitários, o que levou a uma perda de competitividade da economia, de que resultou um progressivo “empobrecimento” relativo do país, que a recente crise financeira internacional agravou.
O diagnóstico era conhecido há muito tempo. Havia que fazer reformas para resolver problemas e antecipar soluções, mas os nossos políticos não se entenderam e os nossos dirigentes distraíram-se. A Assembleia da República que devia ser local do consenso, ofereceu-nos o triste espectáculo da frequente discórdia. As reformas do sistema político, da justiça ou da educação, foram sempre adiadas. A economia estagnava e a despesa pública aumentava, enquanto o Estado dava tudo a todos. A crise instalada era estrutural mas era, também, cultural e genética. Os credores não suportaram mais este despesismo e o financiamento tornou-se problemático.
Veio então uma missão internacional para nos ajudar a resolver o problema. Estudaram a situação, ouviram algumas pessoas e deixaram-nos uma receita enunciada em 34 páginas, com 8 capítulos, que é um valente puxão de orelhas aos nossos políticos e um grande desafio. É a maior reforma de sempre da economia portuguesa, com metas, objectivos e calendário precisos. Não foram necessários os habituais milhares de páginas das grandes opções e dos orçamentos, cheias de vazio e de palavreado inconsequente. É um programa exigente e duro, sobretudo para os mais vulneráveis. Porém, também é uma grande oportunidade para reestruturar o Estado e para eliminar o desperdício nas administrações central, regional e local e no sector público empresarial. E, naturalmente, para mudarmos de vida.
Agora, os portugueses vão escolher quem irá executar o programa sem vacilar perante as dificuldades e as normais resistências que irão surgir. Restaurar a ideia de serviço público. Motivar as pessoas. Poupar mais. Produzir mais. Apostar nas competências. Afastar os parasitas, os corruptos e os medíocres. Acabar com as impunidades. Estabelecer consensos. Dar bons exemplos. Temos que ser capazes!
A entrada na Comunidade Europeia em 1986 tinha gerado um substancial fluxo de fundos comunitários que, naturalmente, deu origem aos primeiros facilitismos e despesismos. Depois, a introdução do euro em 2002, não considerou correctamente o diferencial de produtividade entre Portugal e os seus parceiros comunitários, o que levou a uma perda de competitividade da economia, de que resultou um progressivo “empobrecimento” relativo do país, que a recente crise financeira internacional agravou.
O diagnóstico era conhecido há muito tempo. Havia que fazer reformas para resolver problemas e antecipar soluções, mas os nossos políticos não se entenderam e os nossos dirigentes distraíram-se. A Assembleia da República que devia ser local do consenso, ofereceu-nos o triste espectáculo da frequente discórdia. As reformas do sistema político, da justiça ou da educação, foram sempre adiadas. A economia estagnava e a despesa pública aumentava, enquanto o Estado dava tudo a todos. A crise instalada era estrutural mas era, também, cultural e genética. Os credores não suportaram mais este despesismo e o financiamento tornou-se problemático.
Veio então uma missão internacional para nos ajudar a resolver o problema. Estudaram a situação, ouviram algumas pessoas e deixaram-nos uma receita enunciada em 34 páginas, com 8 capítulos, que é um valente puxão de orelhas aos nossos políticos e um grande desafio. É a maior reforma de sempre da economia portuguesa, com metas, objectivos e calendário precisos. Não foram necessários os habituais milhares de páginas das grandes opções e dos orçamentos, cheias de vazio e de palavreado inconsequente. É um programa exigente e duro, sobretudo para os mais vulneráveis. Porém, também é uma grande oportunidade para reestruturar o Estado e para eliminar o desperdício nas administrações central, regional e local e no sector público empresarial. E, naturalmente, para mudarmos de vida.
Agora, os portugueses vão escolher quem irá executar o programa sem vacilar perante as dificuldades e as normais resistências que irão surgir. Restaurar a ideia de serviço público. Motivar as pessoas. Poupar mais. Produzir mais. Apostar nas competências. Afastar os parasitas, os corruptos e os medíocres. Acabar com as impunidades. Estabelecer consensos. Dar bons exemplos. Temos que ser capazes!
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