O Parlamento
francês votou uma moção de censura contra o governo de Michel Barnier, que se
demitiu e deixou a França sob uma grave crise política, a que se junta uma
crise económica traduzida por um défice público de 6,2% do PIB, que é o maior
desequilibrio orçamental da Zona Euro, bem como uma dívida pública de 112% do
PIB. O jornal Le Télégramme destaca hoje em manchete que “Barnier censuré,
Macron isolé”, enquanto um outro jornal escreve que “Macron plus fragilisé que
jamais”.
Marcelo Rebelo de
Sousa, uma vez mais vestido de comentador, veio afirmar de imediato que a queda
do governo francês é um “sinal de como a Europa está cheia de problemas”.
Afirmar agora que a Europa está cheia de problemas é uma evidência, ou mesmo uma
la palissada, porque a incapacidade
dos actuais líderes europeus já vem de longe, até porque se entregaram a Ursula
van der Leyen, que tem um protagonismo excessivo e pouco imaginativo, mas que ainda não teve tempo
para condenar Israel pelo genocídio a que está a sujeitar o povo palestiniano.
A França vive uma
situação muito complexa e há quem exija a demissão de Emmanuel Macron, mas a Alemanha
também passa por grandes dificuldades, com a economia em recessão e com o pior
desempenho económico da União Europeia, mas também com a coligação governamental chefiada
por Olaf Scholz a desfazer-se, pelo que haverá eleiçóes antecipadas em
Fevereiro.
Estamos a caminho
de um vazio político em França e na Alemanha, as duas maiores e mais influentes
potências económicas da União Europeia e essa circunstância é altamente
preocupante e desprestigiante para a Europa. Podem vir aí dias sombrios…