A falta de chuva
e a consequente seca meteorológica estão a criar grandes problemas em Portugal,
sobretudo em relação ao abastecimento público de água, à produção de energia
hidroeléctrica, à irrigação das explorações agrícolas e à regeneração das
pastagens que afecta a actividade pecuária. Na sua edição de 15 de Janeiro, o
jornal Público alertava que “quase
todo o país estava em seca meteorológica“, no dia 26 de Janeiro a edição do Jornal de Notícias informava que “a seca
alarma a agricultura e agrava a qualidade da água” e, no dia 30 de Janeiro, o Diário de Notícias destacava que “a falta
de chuva pode ‘hipotecar’ campanhas agrícolas deste e do próximo ano”.
A seca em
Portugal iniciou-se em Novembro e tem-se agravado nas últimas semanas em todo o
território nacional, conforme foi relatado pela comunicação social nas últimas semanas, sendo mais
severa no sul e no nordeste transmontano. O governo já tomou diversas medidas
para minimizar os efeitos da seca, destacando-se a interdição ou
condicionamento da produção de hidroelectricidade nas barragens de Alto
Lindoso, Alto Rabagão, Vilar/Tabuaço, Cabril e Castelo do Bode, bem como a
interrupção da utilização de água para rega na albufeira algarvia da Bravura,
em Odeáxere.
O curioso desta situação é-nos mostrada na edição de hoje do jornal
La
Región, de Ourense, ao noticiar que Portugal estabeleceu limites à
produção de electricidade no Lindoso, acrescentando que “la decisión de las
autoridades lusas responde a la sequia y trata de evitar daños ecológicos com
una medida que contrasta com la inacción de las espanõlas pese a vivirse la
misma situación”. Significa que, por vezes, andamos à frente dos nossos
vizinhos e dos nossos parceiros comunitários.