quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

A Rússia, a NATO e a disputa pela Ucrânia

Joe Biden tomou posse no dia 20 de Janeiro de 2021 como o 46º presidente dos Estados Unidos, depois de um desgastante processo resultante das atitudes de Donald Trump, o seu antecessor que se recusou a aceitar a derrota eleitoral.
Ontem, por ocasião do primeiro ano do seu mandato, o presidente Joe Biden falou aos americanos e, para além das questões da política e da economia internas, nomeadamente o combate à covid-19 e à inflação, falou da retirada do Afeganistão e dedicou largo tempo à situação na Ucrânia.
Sobre a Ucrânia, em cuja parte leste, ou Donbass, ocorrem situações de insurreição ou de guerra civil desde há vários anos e onde os insurgentes pró-russos já proclamaram a República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk, a tensão é alta e há tropas russas na fronteira prontas para intervir. O presidente Biden disse acreditar que os russos “vão avançar” (ou move in, segundo as suas próprias palavras), porque querem testar os Estados Unidos e a NATO, embora repetindo que se eles se decidirem por uma invasão do território ucraniano, pagarão um preço muito elevado. Porém, Biden deixou claro que existem dúvidas no seio da NATO quanto à resposta a dar a uma eventual iniciativa russa, que tanto pode ser uma invasão militar mais ou menos clássica, como uma pequena incursão, ou traduzir-se apenas por acções de destabilização provocadas por agentes russos paramilitares infiltrados, em que os russos parecem ser especialistas.
A Ucrânia é um grande país de cerca de 600 mil quilómetros quadrados e 45 milhões de habitantes, em que a sua parte ocidental quer ligações à União Europeia e a sua parte oriental quer ter ligações com a Rússia. É o território onde a NATO e a Rússia mais disputam influências e alimentam rivalidades.
Hoje o The Jersey Journal que se publica em Secaucus, uma cidade do estado de Nova Jersey destaca, como nenhum outro jornal americano, as declarações de Joe Biden que, segundo um diplomata ucraniano “dão luz verde a Putin para entrar na Ucrânia”. Eles podiam continuar a conversar mas, lamentavelmente, as coisas estão a seguir outro caminho.