quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Made in Iran - sim ou não?

O ataque dirigido contra uma refinaria e um campo de petróleo sauditas que aconteceu no passado sábado, gerou muita instabilidade nos mercados petrolíferos e aumentou a tensão no golfo Pérsico, sobretudo entre os americanos e os iranianos.
Apesar do ataque ter sido reivindicado pelos rebeldes iemenitas houthis, o facto é que a região do Golfo e o Médio Oriente são um complexo puzzle estratégico em que tudo o que acontece tem a mão, mais ou menos invisível, das potências mundiais ou regionais interessadas no petróleo daquelas regiões.
Por isso, meio mundo tratou de responsabilizar o Irão por este sofisticado e cirúrgico ataque que, naturalmente, foi negado pelas autoridades iranianas, apesar do aiatolá Ali Khameni ter pessoalmente aprovado esse ataque. Entretanto, pela voz do secretário de Estado Mike Pompeo, os americanos, responsabilizaram o Irão pelo ataque e afirmam ter-se tratado de um acto de guerra. Porém, Vladimir Putin apelou à comunidade internacional para que não retire conclusões precipitadas sobre a origem do ataque e declarou estar pronto a ajudar a Arábia Saudita, nomeadamente através do fornecimento de sistemas de mísseis antiaéreos russos para defender o seu território, tal como fizeram o Irão e a Turquia que adquiriram os sistemas S-300 e S-400, respectivamente.
No meio deste jogo de acusações e de suspeitas, os sauditas trataram de juntar os destroços de um drone, de um míssil de cruzeiro e de alguns rockets, tendo o jornal New York Post escolhido o título “Made in Iran” e ilustrado a sua capa com uma fotografia das armas de ataque reconstruídas a partir dos destroços e que, segundo o jornal, incrimina os iranianos.
O assunto vai continuar na agenda internacional e não é isento de grandes preocupações.