De acordo com o Correio da Manhã há em Portugal mais de um milhão de processos judiciais parados, a que correspondem cerca de 19 mil milhões de euros de dívidas por cobrar, sendo que metade dos processos dizem respeito a dívidas inferiores a três mil euros. Esta situação diz respeito ao intervalo entre 2003 até Maio deste ano e representa quase 12% do PIB, o que manifestamente é um valor muito elevado.
Aparentemente, estes números parecem mostrar que se chegou a um ponto em que “ninguém paga a ninguém”, nuns casos por dificuldades imprevistas e conjunturais, mas em muitos outros porque se difundiu a ideia de que o “crime compensa”.
Calcula-se que metade dos processos parados respeite a dívidas de consumo e em especial das compras a prestações, estimuladas pela sedução publicitária e feitas sobretudo através de cartões de crédito, que os bancos impingiam aos seus clientes em cenários de grande fartura, ou seja, esta situação resulta dos comportamentos dos consumidores, da ganância dos bancos e, finalmente, dos tribunais que não mostram capacidade para resolver rapidamente estes casos.
Aqui está um caso curioso que complica o normal funcionamento da economia. As intenções de quem governa podem ser as melhores, mas com estas atitudes dos agentes económicos - consumidores e bancos - e com o verdadeiro bloqueio dos tribunais, tudo se torna mais complicado entre nós.