A primeira-ministra
escocesa Nicola Sturgeon desempenhou funções desde Novembro de 2014, mas no dia
15 de Fevereiro de 2023 anunciou que se retiraria, depois de mais de oito anos
no cargo, o que fez dela a pessoa com mais tempo na chefia do governo na história
da Escócia.
O seu partido é o
Partido Nacional Escocês (SNP) que se alinha no centro-esquerda e é
independentista, tratou de escolher um sucessor de acordo com as boas práticas
democráticas que, a partir de hoje, se tornou o novo primeiro-ministro da Escócia.
Chama-se Humza Yousaf, tem 37 anos de idade e é filho de imigrantes
paquistaneses de religião muçulmana, como revela o jornal The Scotsman. Yousaf está
na vida política desde 2005, ano em que se inscreveu no SNP, foi eleito para o
Parlamento escocês em 2011 e, com 27 anos de idade, tornou-se em 2012 o
primeiro escocês de origem asiática a ser nomeado ministro do governo da
Escócia, que é um dos quatro países que fazem parte do Reino Unido.
A Escócia mantém
um permanente rivalidade e um diferendo com a Inglaterra, e naturalmente com o
Reino Unido. Em 2014 realizou-se um referendo sobre a independência da Escócia
e os independentistas perderam com 44% dos votos. No Brexit realizado em 2016 houve 62% de escoceses que escolheram
continuar na União Europeia, o que fez renascer os ideais independentistas e
levou Nicola Sturgeon a reivindicar a realização de um segundo referendo para
independência da Escócia, que ainda está pendente em Londres.
A partir de agora
vamos assistir a uma disputa política entre um muçulmano de 37 anos (Humza
Yousaf) e um hindu de 42 anos (Rishi Sunak), um com raízes no Paquistão e o
outro com raízes na Índia, um nascido em Glasgow e outro nascido em Southampton. É apenas uma curiosidade, mas ninguém vai ignorar
que aqueles dois homens podem simbolizar a rivalidade entre a Índia e o Paquistão,
que são potências nucleares e cuja fronteira é palco de graves tensões
desde 1950. Nem deve haver no planeta rivalidade maior do que a que existe entre paquistaneses e indianos. Porém, Yousaf e Sunak são britânicos e... honi soit qui mal y pense!