sábado, 21 de outubro de 2023

Os ventos ciclónicos e as ondas gigantes

A depressão Aline passou por Portugal e durante dois dias e meio fez alguns estragos, mas não causou vítimas nem desalojados, limitando-se a chuva intensa, inundações e algumas quedas de árvores, mais uns tantos voos cancelados. Segundo foi divulgado pelos serviços de protecção civil registaram-se 3470 ocorrências, o que nos deixa a pensar que cabe tudo no conceito de ocorrência, isto é, o que ocorre e o que não ocorre. Alguns responsáveis políticos, com o autarca Moedas à cabeça, aproveitaram a oportunidade e agarraram-se à Aline para aparecerem e serem vistos nas televisões.
Entretanto, a Aline deslocou-se para Espanha onde também causou o mesmo tipo de estragos por todo o país, com a cidade de Madrid a bater o recorde de chuva num só dia, pois caíram 100,1 litros de água por metro quadrado.
A agitação marítima foi muito intensa, sobretudo na orla da baía da Biscaia, como hoje salientou a edição do jornal El Diario Montañés que se publica em Santander, ao anunciar que o vento registou uma velocidade de 107 quilómetros por hora e que, no mar, as ondas atingiram 20 metros de altura. Em contraste com a imprensa que está envolvida no conflito do Médio Oriente, o jornal decidiu publicar uma pacífica fotografia alusiva aos efeitos da depressão Aline no mar da costa da Cantábria, mostrando que o fotojornalismo existe.