No fim-de-semana
que se aproxima o humorista e comentador político Ricardo Araújo Pereira (R.A.P.)
vai apresentar dois espectáculos em Macau no âmbito de uma iniciativa do Consulado
Geral de Portugal e de outras entidades portuguesas que se intitula “Junho, mês
de Portugal na RAEM”. O programa cultural é muito diversificado e aposta no humor e na música, mas
também noutras actividades como o teatro, a gastronomia, a ciência e a dança.
A presença de R.A.P.
em Macau está a despertar grande curiosidade na comunidade portuguesa e, nas
suas edições de hoje, os três jornais macaenses que se publicam em português – JTM (Jornal Tribuna de Macau, Hojemacau e Ponto final – destacaram a sua apresentação no território de Macau e
todos ilustraram a notícia com a sua fotografia em primeira página. É, por isso, um grande acontecimento.
É natural este
interesse em ouvir quem se tem destacado no panorama humorístico
português pela sua inteligência e pelo seu talento, mas também pela
oportunidade da sua crítica política. O público tem correspondido e transformou
R.A.P. numa figura nacional de grande notoriedade e de imagem de excelência.
Porém, como diz o povo, não há bela sem senão e, mesmo aqueles que apreciam o
inteligente humor de R.A.P., como é o nosso caso, lamentam que, por vezes, ele caia em
facilitismos e se decida a desancar naqueles que estão na mó de baixo por questões judiciais ou por acção de alguma imprensa que, para ganhar audiências, se especializou em condenações na praça pública. Humilhar pessoas indefesas e fragilizadas não é coisa que faça rir, nem é símbolo de coragem cívica. Nesses casos, a utilização do poder da
televisão para humilhar quem não se pode defender, é desumana, injusta e pouco séria.