No próximo dia 15
de Janeiro os deputados britânicos vão votar o acordo de saída do Reino Unido
da União Europeia, uma votação que esteve prevista para o dia 11 de Dezembro e
que a primeira-ministra Theresa May tinha decidido adiar por temer que fosse reprovado.
As expectativas
quanto ao que vai acontecer agora são enormes e os cidadãos britânicos devem andar
absolutamente desorientados, porque já não sabem de saem ou se ficam. Na passada terça-feira, Theresa May perdeu uma
votação no Parlamento por 306 votos contra 296, verificando-se que 20 deputados
conservadores se juntaram à oposição. Ontem à noite, por 308 votos a favor
contra 297, Theresa May sofreu uma
segunda derrota no Parlamento em relação à saída britânica da União Europeia.
Parece confirmar-se, portanto, que o Partido Conservador está com duas dezenas
de deputados rebeldes que vão, previsivelmente, levar à rejeição do acordo do
Brexit negociado com Bruxelas. O jornal The Times noticia em primeira página que os rebeldes infligiram uma derrota histórica a May que, apesar de tudo, revela persistência ou até mesmo teimosia.
É previsível a
derrota de Theresa May no dia 15 e, a acontecer, aprofundará a
incerteza sobre o futuro do Brexit, que é a maior mudança na política externa e
na política comercial do Reino Unido desde há muitos anos. Theresa May não vai
ter maioria parlamentar para aprovar o acordo de retirada da União Europeia e
essa derrota abre caminho para vários resultados diferentes, que vão desde uma
saída desordenada da União Europeia, até à realização de um novo referendo ou,
noutro plano, à demissão de Theresa May e à realização de eleições antecipadas.
Os ventos que
sopram no Reino Unido são muito preocupantes para os britânicos e, por contágio, para todos os europeus.