domingo, 22 de outubro de 2023

Barcelona exibe obra de Miró e de Picasso

Como aqui escrevemos há dias, o conflito do Médio Oriente entre Israel e o Hamas é o mais sério conflito de todos os que estão a acontecer no mundo e “o pior que podemos fazer é tomar partido”, segundo declarou hoje ao JN o cardeal Américo Aguiar. De facto, tudo o que tem acontecido em Gaza e em outros locais do Médio Oriente é demasiado mau e desumano. Há que fazer tudo o que for possível para moderar e apaziguar os radicais de ambos os lados, bem como parar os comentários a favor da retaliação e da destruição, porque a maioria dos judeus e dos palestinianos são gente pacífica e não querem a guerra. De resto, por todo o mundo, vão-se levantando as vozes contra a guerra e a favor da reconciliação entre israelitas e palestinianos, voltando a falar-se na criação de um estado judaico e de um estado árabe naqueles territórios.
Na sua edição de hoje, o jornal catalão ara, a propósito daquele conflito e com o título “compromisso para a paz”, escreve na sua primeira página que “no actual contexto de guerra, a força e a validade da arte são um grito de liberdade” e destaca a palavra “paz”. Por isso, o jornal dedica essa edição a uma dupla grande exposição que foi inaugurada em Barcelona na passada sexta-feira, sobre a obra, a amizade e as convergências que durante mais de cinquenta anos ligaram Pablo Picasso e Joan Miró, os dois artistas espanhóis que transformaram a arte do século XX. A exposición Miró-Picasso é uma iniciativa conjunta do Museu Picasso e da Fundação Joan Miró, ambos localizados em Barcelona, reunindo um conjunto de quase 300 obras, das quais quase metade foi cedida por colecções públicas e privadas de todo o mundo. A exposição acontece em simultâneo naquelas duas instituições de Barcelona e estará patente até ao dia 25 de Fevereiro. Assim, o leitor tem cerca de quatro meses para visitar a capital da Catalunha e, entre outras coisas, visitar a exposición Miró-Picasso.

Fluxos migratórios em busca da Europa

São conhecidos os fluxos migratórios que nos últimos anos se têm dirigido para a Europa para fugir à fome e à guerra. Milhões de asiáticos e de africanos, mas também sul-americanos e ucranianos têm procurado uma vida melhor no espaço europeu. 
Nessas circunstâncias, a ilha italiana de Lampedusa que fica situada apenas a cerca de 200 quilómetros da costa tunisina, tornou-se uma ponte entre a África e a Europa, tendo deixado de ser um paraíso turístico para se tornar num símbolo de crise humanitária, ou da grave crise da própria Europa. Desde o início do corrente ano chegaram à ilha de Lampedusa mais de 120.000 migrantes e, recentemente, num só dia, chegaram à ilha cerca de seis mil pessoas em 120 embarcações diferentes. Não tem havido resposta a esta crise e os apelos do Papa e das Nações Unidas não têm sido suficientes para alertar os dirigentes europeus. 
Porém, a ilha de Lampedusa é apenas o símbolo deste grave problema, que está presente em outras áreas da periferia da União Europeia, por exemplo nas ilhas Canárias. A ilha de Lanzarote encontra-se a cerca de 140 quilómetros da costa africana e, por isso, o fluxo migratório que procura a Europa também tem procurado as ilhas Canárias.
O jornal Canarias7, que se publica em Las Palmas, destaca hoje que uma canoa motorizada a que localmente chamam cayuco, chegou ontem às Canárias com 320 migrantes, o que constitui um recorde, mas também um desafio às regras mínimas de segurança. Além disso, o jornal acrescenta que “otros 532 inmigrantes de origen subsaharianos han llegado este sábado en dos cayucos a El Hierro, con 212 y 320 personas, respectivamente, y un grupo de 98 ha sido desembarcados en el puerto de Los Cristianos, en Tenerife, tras ser socorridos en aguas del Atlántico por efectivos de Salvamento y la Guardia Civil”. Aqui está um problema maior, que deveria merecer a atenção da União Europeia.