quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Vendée Globe 2024 já se aproxima do fim

Vendée Globe 2024 que é uma corrida à volta do mundo para navegadores solitários, partiu de Les Sables-d’Olonne na costa atlântica francesa no passado dia 10 de Novembro e tem decorrido sem quaisquer percalços significativos. 
Dos quarenta velejadores que partiram apenas houve quatro desistências, pelo que ainda estão em prova 36 concorrentes, que se distribuem por um longo “pelotão” em que os da frente já passaram o cabo Horn e os mais atrasados ainda não passaram o cabo Leeuwin, o que significa que os primeiros e os últimos já estão separados por mais de sete mil milhas!
À frente da corrida e navegando separados por cerca de 40 milhas, ou navegando quase à vista, encontram-se os franceses Yoan Richomme e Charlie Dalin, que já percorreram mais de 17.600 das cerca de 24.000 milhas, isto é, cerca de 73% da prova. Navegam actualmente a nordeste das ilhas Falkland e tudo indica que vai ser batido o record da prova que é de 74 dias, 3 horas e 36 minutos.
O jornal L’Équipe dedicou a sua última edição à Vendée Globe 2024 e numa ilustração apresenta em primeira página os monocascos Arkéa de Yoan Richomme e Macif de Charlie Dalin, tendo escolhido o título “Réveillon au Horn”. 
Porém, na noite do réveillon haverá certamente vários monocascos a passar o cabo Horn, mas o Arkéa e o Macif já estarão bem no interior do Atlântico a navegar com rumo a Les Sables-d’Olonne.

O Natal de 2024 como tempo de reflexão

Nesta quadra festiva que muitas vezes é demasiado consumista, costumamos saudar os amigos e desejar-lhes felicidades e prosperidades, com saúde e paz. Não fujo a essa tradição e, por isso, saúdo os leitores deste blogue, aproveitando a mensagem da edição de ontem do jornal Le Télégramme que se publica em Brest.
Através do Google Analytics sei que os leitores da Rua dos Navegantes não são muitos mas que são muito bons, pois são regulares nas visitas que fazem ao blogue. Esses leitores-amigos, ou amigos-leitores, estão sobretudo em Portugal, em particular na área de Lisboa, embora também haja alguns deles que residem no estrangeiro. Para todos eu desejo um Joyeux Noël ou umas Boas Festas, como tempo de união e de fraternidade, mas também de reflexão sobre o que se passa à nossa volta, por aqui e pelo mundo, em que as mudanças tecnológicas e culturais, bem como as transformações naturais, ocorrem a velocidades impensáveis, gerando preocupações e incertezas. 
A proliferação de guerras e as consequentes catástrofes humanas que provocam, tal como a fome e a pobreza, são imagens da forma desgovernada e muitas vezes irresponsável como o mundo caminha e um preocupante sinal dos tempos.
A nível global estamos a perder a confiança nos políticos que “governam” o mundo e que se mostram impotentes face à era da desinformação que atravessamos, em que toda a informação é manipulada para servir objectivos mais ou menos desonestos.
É sobre este quadro cinzento que devemos reflectir e, na nossa esfera de acção fazer alguma coisa, para recuperarmos a confiança, a paz e a tranquilidade que podem tornar mais felizes cada ser humano e toda a humanidade.