O Jornal de Notícias é um dos jornais que
hoje destaca um estudo sobre emigração que acaba de ser divulgado e que revela
que 57% dos jovens portugueses, entre os 15 e os 24 anos de idade, querem
emigrar para conseguir um emprego e
melhores condições de vida, ou já emigraram. O estudo foi encomendado pela seguradora Zurich e avaliou a situação em 12 países
de diversos continentes, incluindo os vizinhos da Espanha, da Itália, da Irlanda
e de Marrocos, concluindo que Portugal é país da Europa com maior desejo de
emigração (57%), igualado pelos marroquinos e apenas superado pelos russos com
64%, embora estes tenham outras motivações. Relativamente às outras faixas etárias,
o valor da vontade de emigrar dos portugueses também é muito elevado. Na faixa
etária entre os 25 e os 34 anos, os que ponderam emigrar ou que já o fizeram representa
50% e, na faixa etária entre os 35 e os 44 anos, essa vontade ainda se aproxima
dos 50%. Este fenómeno era
evidente nas nossas famílias e no nosso círculo de amigos, traduzindo-se, por
exemplo, no facto de em 2012 terem emigrado mais de 121 mil portugueses, o mais
elevado número desde 1966.
A situação está a ter graves consequências económicas
e demográficas, porque está a conduzir ou a acelerar o processo de empobrecimento
e de envelhecimento da população portuguesa. A catástrofe social é uma ameaça efectiva
e a emigração jovem tende a tornar-se no nosso “vesúvio a soterrar pompeia”.
Perante este
desafio, muito complexo e a exigir urgentes medidas para o atenuar, assistimos à
irresponsável indiferença dos nossos governantes, que sorriem sem vergonha apenas porque o produto cresceu 0,1%! Eles até podem reduzir a dívida,
diminuir o défice, fazer “um milagre económico”, restaurar a nossa credibilidade
externa, etc. & tal, mas com esta indiferença estão realmente a acabar com o país.