sábado, 13 de outubro de 2018

Aproxima-se uma recessão económica?

O desenvolvimento das actividades económicas acontece por ciclos, isto é, verifica-se uma sucessão de períodos de rápido crescimento económico que alternam com períodos de relativa estagnação ou declínio. Esse facto foi reconhecido e estudado por muitos economistas, nomeadamente Nikolai Kondratiev, Joseph Schumpeter e Paul Samuelson, através da análise estatística dos desempenhos das economias e todos eles concluiram que os ciclos económicos oscilam entre a expansão e a recessão ou entre o chamado boom económico e a depressão económica.
Cada ciclo económico é caracterizado por um grande número de variáveis, a principal das quais é o crescimento do produto interno bruto, mas também considera outras variáveis como a evolução do desemprego e da inflação.
Segundo um estudo recentemente publicado nos Estados Unidos, em relação aos últimos 161 anos, está a verificar-se o segundo maior ciclo de expansão económica que já vai em 109 meses e que se aproxima do mais longo ciclo de expansão que se conhece que foi de 120 meses. Olhando friamente para  estes números verificamos que a recessão está à porta e que não depende deste ou daquele governo, mas principalmente da euforia dos consumidores que tudo querem (casas, carros, férias) e da ganância e da cegueira da banca que os alimenta. Porém, a economia não é uma ciência exacta e, por isso, estes números não nos fornecem qualquer evidência concreta da aproximação de uma recessão, mas sugerem que o ciclo económico se aproxima de uma contração ou de uma depressão económica, que alguns especialistas afirmam poder ser mais grave do que o habitual. Aliás, aqui mesmo, tratamos este assunto há dois dias a propósito do excessivo e preocupante recurso ao crédito para o consumo em Portugal e, na sua edição de hoje, foi o The Economist que, com um sugestivo grafismo, veio avisar da situação, até parecendo que se inspirou na Rua dos Navegantes.
Quem quiser que acredite. Eu acredito.