Eu nunca ouvira
falar da Inês Henriques que ontem se sagrou campeã do mundo e bateu o record
mundial na prova dos 50
quilómetros de marcha atlética do Campeonato Mundial de
Atletismo de 2017 realizado em Londres. Foi, portanto, um resultado inesperado para mim mas que muito aplaudi quando ontem assisti à prova através da transmissão directa por um canal televisivo internacional. Esse resultado, adicionado à medalha de
bronze conquistada uns dias antes por Nélson Évora na prova do triplo-salto,
colocaram Portugal no 18º lugar do quadro geral das medalhas deste campeonato,
onde não figuram países como a Espanha e a Holanda e onde o nosso país aparece à frente da
Itália, da Suécia e do Brasil, por exemplo. É um resultado desportivo notável
com o qual todos ficamos agradados e que muito prestigia o nosso país desportivo.
Habitualmente,
nem os jornais desportivos nem os jornais generalistas portugueses dão
importância aos sucessos dos desportistas portugueses, preferindo promover o
futebol e os futebolistas. Os exemplos são frequentes e, ainda recentemente, a
imprensa portuguesa quase ignorou os títulos europeus de Fernando Pimenta na
canoagem e de João Pereira no triatlo, ao mesmo tempo que dedicava páginas e
espaços noticiosos a futebolistas de pouca qualidade desportiva, quase sempre
vindos do Brasil. Desta vez, essa situação não se verificou e os jornais
desportivos deram grande destaque à vitória de Inês Henriques e até o Diário
de Notícias, que ainda é o jornal português de referência, trouxe o
assunto para a sua primeira página, com uma expressiva fotografia da atleta de
37 anos de idade, nascida em Santarém e que treina no Clube de Natação de Rio Maior.
Por tudo isso, aqui deixo o
meu aplauso à atleta e ao jornal.