Nas últimas
semanas foram anunciados alguns indicadores económicos relativos a Portugal – produto, desemprego e exportações
– que, embora sejam animadores, podem gerar algum sentimento de exagerado
optimismo. Até o diário luxemburguês Le
Quotidien destacou essa notícia!
De acordo com os mais recentes dados estatísticos, o produto cresceu 1,1% no segundo
trimestre de 2013, face ao trimestre anterior, interrompendo uma série de dez
trimestres consecutivos em recessão e Portugal foi o país que maior subida registou
no PIB, entre os 23 países que disponibilizam dados ao Eurostat. No entanto, em termos homólogos, o PIB
continua a cair e a quebra verificada neste segundo trimestre do ano foi de 2%
face ao segundo trimestre do ano passado. O desemprego
desceu em Julho, pelo terceiro mês consecutivo, situando-se a taxa de
desemprego nos 16,4%, o que significa que desceu 1,3 pontos percentuais abaixo
do trimestre anterior em que se situou nos 17,7%, mas que continua com mais 1,4
pontos percentuais do que no mesmo período de 2012. As exportações aumentaram 6,3% e as importações apenas cresceram 2,1%
no segundo trimestre, face ao mesmo período de 2012, permitindo uma redução do
défice da balança comercial em 424,2 milhões de euros. O sentimento dos investidores em relação à zona
euro regressou a terreno positivo pela primeira vez em dois anos e o indicador
da OCDE para a economia portuguesa renovou em Julho a expectativa de retoma.
Tudo parece correr bem, mas é prematuro “lançar foguetes”. Podem ser efeitos
sazonais não sustentados, pois continua a não haver sinais de investimento e os juros a 10
anos voltaram a superar a barreira psicológica dos 7%, algo que já não
acontecia desde a crise política de Julho. Assim, ninguém pode realmente estar
seguro de que a retoma está aí.