No próximo dia 12
de maio realizam-se eleições antecipadas na Região Autónoma da Catalunha,
depois do governo de Pere Aragonès ter visto o parlamento regional rejeitar o
seu orçamento para 2024.
Nas últimas
eleições realizadas em 2021, o Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC) foi o
mais votado, mas uma coligação pós-eleitoral entre os partidos
independentistas – a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) de Pere Aragonès e
o Juntos pela Catalunha (JxCat) de Carles Puigdemont – permitiu que Aragonès liderasse
a Generalitat. Porém, os dois partidos independentistas (a ERC mais à esquerda
e mais moderada e o JxCat mais à direita) assumiram a ruptura em outubro de
2022, com o JxCat a abandonar o governo e com a ERC a governar só e sem apoio
parlamentar.
A rejeição do orçamento para 2024 determinou a realização das
próximas eleições e o retorno de um cenário de confronto generalizado entre
“espanhóis e catalães” é cada vez mais provável, sobretudo depois do
eurodeputado e antigo presidente da Generalitat Carles Puigdemont, que continua
foragido à Justiça, ter apresentado a sua candidatura com o objectivo de
conseguir “a restituição da presidência da Generalitat, de onde foi afastado em
2017”, ao mesmo tempo que já prometeu “concluir com sucesso o processo de
independência iniciado em outubro de 2017”.
A ERC já recusou
qualquer tipo de aliança com a JxCat e as primeiras sondagens indicam que o
favorito é o socialista Salvador Illa, mas o que nesta altura é mais previsível
é um aumento da luta política e da instabilidade social resultantes do
reacendimento da luta independentista catalã, ou como titulava hoje o jornal El
Mundo, o regresso de el ‘procés’, que é a designação simplificada por que é conhecido o
processo independentista da Catalunha.