A edição de ontem
do jornal El Faro de Ceuta publica na sua primeira página uma fotografia
em que Pedro Sánchez, o presidente do governo de Espanha, abraça Juan Jesús Vivas,
o prefeito-presidente da Cidade Autónoma de Ceuta, durante a sua quarta visita oficial
àquele território, destacando-se nessa fotografia as bandeiras de Espanha e da
Cidade Autónoma.
A bandeira da
Cidade Autónoma de Ceuta tem uma forte ligação emocional a Portugal, porque o
seu desenho gironado de oito peças de negro e prata é igual ao da cidade de
Lisboa. Essa ligação é ainda mais evidente no brasão colocado no centro da
bandeira, que representa as armas portuguesas, tal como eram representadas no
século XV.
A história desta
bandeira “nasceu” no dia 22 de agosto de 1415, durante a conquista de Ceuta
pelos portugueses, quando foi pedido a João Vasques de Almada que hasteasse a
bandeira no ponto mais alto da cidade como símbolo da vitória alcançada.
Depois, com a
cidade a depender do rei de Portugal, a cidade continuou a hastear aquela
bandeira, inclusive no período filipino da União Ibérica (1580-1640). Quando em
1640 aconteceu a restauração da independência de Portugal, a cidade de Ceuta
optou por não regressar à soberania do novo rei de Portugal e jurou fidelidade a
Filipe IV, mas manteve a sua bandeira e o seu brasão, que chegaram até à
actualidade. Esses símbolos constituem um curioso sinal da história da expansão
marítima portuguesa, iniciada exactamente com a tomada de Ceuta em 1415, quando
o reino de Granada ou Emirado Nacérida de Granada, localizado do outro lado do estreito, ainda era dominado
pelos muçulmanos do rei Maomé XII.
