quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Uma tapeçaria que nos ensina a História

O presidente francês Emmanuel Macron estará amanhã em Londres em  visita oficial e espera-se que anuncie o empréstimo da Tapeçaria de Bayeux para ser exposta no Reino Unido. Se isso acontecer, será a primeira vez que essa famosa tapeçaria que conta a história da batalha de Hastings sairá de França.
A batalha de Hastings travou-se no dia 14 de Outubro de 1066 e opôs Guilherme da Normandia ao rei anglo-saxão Harald II ou a infantaria inglesa à cavalaria normanda. A batalha durou quase um dia inteiro em vez das habituais duas ou três horas e veio a decidir-se pelo uso do arco e flecha no momento decisivo da batalha. Segundo referiu um especialista, a batalha de Hastings assinalou a última vez que a Grã-Bretanha foi conquistada, o que nunca voltou a acontecer depois, nem com a Invencível Armada de Filipe II de Espanha, nem com o poderio de Napoleão, nem com os bombardeamentos aéreos e as ameaças de Hitler.
Muitos dos pormenores da batalha de Hastings são conhecidos através da grande Tapeçaria de Bayeux que foi encomendada dez anos depois da batalha pelo bispo de Bayeux, meio-irmão de Guilherme da Normandia, o vencedor da batalha.
A tapeçaria bordada no século XI é uma longa sucessão de quadros com meio metro de altura por 70 metros de comprimento, com desenhos e legendas complementares, que integra a exposição permanente do museu da cidade normanda de Bayeux, de onde só saiu muito raramente e nunca para o estrangeiro. A hipótese da quase milenar Tapeçaria de Bayeux sair pela primeira vez de território francês, que o diário The Times hoje pré-anunciou, é um acontecimento cultural importantíssimo no quadro das relações entre a França e o Reino Unido..

O polémico Dia Nacional da Austrália

A Austrália celebra o seu Dia Nacional no dia 26 de Janeiro e, como de costume, esperam-se grandes festejos por todo o país para evocar a chegada do comandante Arthur Phillip a Botany Bay e Sydney Cove, na costa sueste australiana, no ano de 1788. Essa data foi ontem analisada e comentada com grande destaque na primeira página do jornal The Daily Telegraph, porque é muito polémica e muito criticada pelos nativos australianos, pois há o entendimento que deveria ser alterada e que o dia 26 de Janeiro deveria ser designado como o Dia do Genocídio ou o Dia da Invasão, pois foi então que começou uma brutal perseguição aos aborígenes que quase levou à sua extinção.
E o que nos diz a História? Durante a sua primeira viagem pelos mares do sul em busca da Terra Australis Incognita de que os europeus apenas tinham uma vaga informação por via portuguesa e holandesa, o comandante James Cook e o seu HMS Endeavour chegaram em 1770 à costa leste da Austrália, tendo baptizado essa região como a Nova Gales do Sul e feito o reconhecimento de uma baía que baptizaram como Botany Bay.
Cerca de duas dezenas de anos depois, uma expedição inglesa de 11 navios comandada por Arthur Phillip, um oficial inglês que servira na Marinha Portuguesa, chegou a essa mesma baía mas verificou que  Sydney Cove, situada algumas milhas mais a norte, tinha melhores condições. Decidiu desembarcar e aí fundou o primeiro estabelecimento europeu na Austrália – uma colónia penal com 568 homens e 191 mulheres condenados, com 13 crianças, além de 206 marinheiros com 26 mulheres e 13 crianças e, ainda, 20 oficiais, totalizando 1037 pessoas.
Assim nasceu a Austrália e assim começou a sua interessante história que não é nada exemplar no que respeita à forma como tratou e quase exterminou os aborígenes australianos.