Um violento
incêndio deflagrou ontem ao fim da tarde e consumiu grande parte da Notre Dame,
a catedral de Paris, pensando-se ter sido acidental e estar relacionado com os
trabalhos de reabilitação do edifício que estavam em curso.
A Notre Dame é um
dos mais visitados monumentos da Europa e demorou quase dois séculos a ser construída,
entre os anos de 1163 e 1345. É, juntamente com a torre Eiffel, um ex-libris da
cidade-luz e as imagens da tragédia emocionaram os franceses e o mundo.
O incêndio lavrou
por várias horas, foi seguido em directo nas televisões mundiais e teve o seu
ponto mais dramático quando ruiu o pináculo da torre central. Uma das torres do
edifício colapsou e o tecto também sucumbiu. Sabe-se que uma parte das estátuas
no exterior da catedral que rodeavam o pináculo, foram poupadas por terem sido
retiradas há quatro dias para serem restauradas. De resto, os principais
tesouros religiosos também tinham sido retirados devido às obras de reabilitação
do edifício.
Houve quem
tivesse sugerido um combate ao incêndio com meios aéreos, mas o lançamento de
toneladas de água a grande velocidade iria contribuir para a integral derrocada
do edifício.
As primeiras páginas dos jornais franceses e de muitos outros
países assinalam a noite trágica em Paris, onde as palavras tragédia, inferno e desastre são
usadas para definir os nove séculos de história que o fogo consumiu. Porém as
palavras de Emmanuel Macron foram firmes e uniram a França na ambição de
reconstruir a Notre Dame, para o que já se iniciou uma recolha de fundos. Ontem,
ao fim de tantos anos, um dos símbolos de Paris esteve a arder, parecendo cumprir-se a vontade de Adolfo Hitler.