segunda-feira, 28 de março de 2022

Ukraińcy, Polacy, jesteśmy z wami!

Quando a guerra na Ucrânia já decorre há mais de um mês e somos confrontados com uma batalha de contra-informação e de propaganda que nos deixa sem saber a verdadeira evolução bélica do conflito, o presidente dos Estados Unidos viajou para a Europa para discutir com os aliados europeus a invasão russa e os problemas que ela representa para a paz e para os equilíbrios mundiais. Durante a sua estada em Bruxelas, o presidente Joe Biden participou numa cimeira da NATO, mas também em reuniões com a União Europeia e com o G7. 
Encontraram-se todos e isso é positivo. Houve unanimidade dos membros da NATO com vista ao reforço da sua presença nas fronteiras da Ucrânia e em todos os países da Aliança, tendo sido reafirmado o compromisso de defesa mútua com base no artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte. Para além do reforço militar nas fronteiras da NATO, da condenação da iniciativa bélica de Putin e do anúncio de solidariedade para com o povo ucraniano, os Estados Unidos anunciaram o fornecimento de armamento à resistência ucraniana e o aumento de fornecimento de gás à Europa para reduzir a dependência da Rússia, isto é, fez dois bons negócios.
Depois de dois dias em Bruxelas, Joe Biden voou para a Polónia, certamente para imitar o discurso que John Kennedy pronunciou em Berlim em Junho de 1963, quando disse a famosa frase: “eu sou um berlinense!” Agora foi Joe Biden a querer ficar na História, pelo que foi a Varsóvia dizer “Ukraińcy, Polacy, jesteśmy z wami” (Ucranianos e polacos, estamos convosco). Esse foi o título escolhido pelo jornal Gazeta Wyborcza para acompanhar a fotografia de capa da sua edição do dia em que Joe Biden chegou à Polónia.
Essa visita tem apenas um significado simbólico e faz parte da sua propaganda interna, pois nada contribuiu para o apaziguamento entre os dois blocos, nem para que chegue o desejado cessar-fogo. Por isso, os europeus não alinharam neste número em que Biden foi lançar gasolina na fogueira, ao chamar “criminoso de guerra”, “ditador assassino” e “carniceiro” ao Vladimir, afirmando que “não pode continuar no poder”. Emmanuel Macron, que tanto tem procurado o entendimento entre as partes, não gostou nada do que ouviu e tratou de pôr água na fervura.
Muito gostam os americanos de dar tiros nos pés.