O jornal Público noticiou hoje que o nosso primeiro administrou uma empresa que cresceu com fundos comunitários geridos pelo relvas. Essa empresa, chamada Tecnoforma, dominou um programa de formação profissional destinado a funcionários das autarquias - o programa Foral - tutelado pelo Secretário de Estado da Administração Local, que era exactamente o relvas. Os números são esmagadores: só em 2003, à Tecnoforma couberam 82% do valor das candidaturas de empresas privadas na região Centro que foram aprovadas, e, entre 2002 e 2004, a mesma empresa beneficiou de 63% dos projectos privados que foram aprovados por esse programa. Foi nesse contexto que, conforme diz o Público, “a Tecnoforma conseguiu a parte de leão do negócio”. Muitos milhões de euros.
Porém, uma desgraça nunca vem só. No dia 5 de Outubro, também o jornal Correio da Manhã, publicou uma notícia a informar que uma empresa de António Borges, actual consultor do governo para as privatizações, foi contratada pela Parpública, uma sociedade que gere participações sociais de capitais exclusivamente públicos e que actua em processos de empresas que estão a ser privatizadas. É um assunto a esclarecer.
Neste quadro de pouca transparência e de pouca devoção à causa pública, também essa eminência que dá pelo nome de moedas, parece não perder oportunidades. Agora veio a saber-se que tem três empresas ligadas às Finanças, aos Seguros e à Imagem e Comunicação, que têm como clientes a REN, a EDP, o IAPMEI, a ANA, entre outras empresas. Uma verdadeira sorte grande, mas também um caso de promiscuidade.
Será que tudo isto é verdade?
É preciso saber se há quem se aproveite do poder para fazer negociatas.