A crise económica
está a alastrar do sul da Europa para o norte e chegou à Bretanha. A Bretanha é uma das
22 regiões administrativas e fica situada no noroeste da França,
com a sua capital em Rennes e cerca de 3 milhões de habitantes, tendo por
base económica a agricultura e a indústria agro-alimentar. Desde 2011 que a
situação económica bretã se tem deteriorado muito devido ao agravamento dos
custos de produção agrícola, à redução do poder aquisitivo das famílias e à política de
preços imposta pela Grande Distribuição que adquire cerca de 75% da produção
local, o que tende a arruinar as empresas agrícolas e agro-alimentares e a
gerar o desemprego. Assim, esta situação tem dado origem a um número crescente de
falências e daí que em 2011 tenham sido perdidos 3900 postos de trabalho e se
estime, para o corrente ano, a perda de mais 5 mil empregos. Foi neste quadro
de crise que o governo de François Hollande decidiu aumentar a austeridade e a
carga fiscal, ao criar um imposto de circulação sobre os veículos pesados que
circulam nas estradas francesas – a que chamaram eco-taxa –, a aplicar a partir
do próximo dia 1 de Janeiro, não só para diminuir a poluição atmosférica, mas
também para aumentar as receitas fiscais.
Foi a gota de água que fez entornar o
copo! Os agricultores bretões reagiram com violência. Enfiaram o seu gorro
vermelho, um símbolo histórico do protesto bretão e, segundo descreveram muitos
jornais franceses, fizeram uma verdadeira maré vermelha de protesto e violência,
a que se seguiram confrontações com a polícia e a destruição de valioso património.
A França está assustada e teme que esta agitação se estenda pelas outras regiões
do país.