A última edição
do semanário Sol informa que Durão Barroso, o cidadão português que desde
2004 preside à Comissão Europeia, prepara o seu regresso a casa e que “optará
entre uma candidatura a Belém e uma nova saída para outro cargo internacional”.
Em tempos ainda se pensava que se poderia recandidatar para mais um mandato,
mas essa ideia foi ultrapassada pelo próprio, ao reconhecer a forma pouco brilhante
como exerceu um cargo em que sempre se deixou entalar pelo eixo franco-alemão. O
homem teve alguma lucidez e, recentemente, até afirmou: “Dez anos já chega. Dez
anos é muito tempo”. Tem toda a razão.
José Barroso vai, portanto, regressar à
nossa terra, onde será sempre lembrado por ter lambido as botas a George Bush
na cimeira das Lajes de 16 de Março de 2003, associando o nome de Portugal à
mentira das armas de destruição maciça e à invasão do Iraque, que se iniciou
quatro dias depois. O futuro ex-comissário Barroso será lembrado, também, por
ter estado em Bruxelas a servir os interesses dos grandes grupos e dos grandes
especuladores financeiros, por ter pactuado com as políticas de austeridade,
por ter aprofundado uma crise económica e social que tem afundado a Europa e
por ter apoiado as políticas que tanto têm humilhado a Europa do Sul. Ele é um
dos homens poderosos da troika de má memória, que tanto nos tem tramado.
Vai voltar e vem rico. Ainda bem para ele. Eu sugiro que se reforme, que descanse e que abdique de receber pensões em Portugal. Se desejar estar activo e quiser um cargo internacional não vai ter problemas, porque os seus amigos rapidamente lhe arranjarão um. Dos bons. O cherne está de volta, mas ao contrário do que escreveu Alexandre O’Neill, não sigamos o cherne!
Vai voltar e vem rico. Ainda bem para ele. Eu sugiro que se reforme, que descanse e que abdique de receber pensões em Portugal. Se desejar estar activo e quiser um cargo internacional não vai ter problemas, porque os seus amigos rapidamente lhe arranjarão um. Dos bons. O cherne está de volta, mas ao contrário do que escreveu Alexandre O’Neill, não sigamos o cherne!