domingo, 29 de novembro de 2015

A enorme tragédia ambiental de Mariana

Mariana é uma cidade histórica brasileira do Estado de Minas Gerais que foi fundada por bandeirantes portugueses em finais do século XVII e cujo nome homenageia a rainha D. Maria Ana de Áustria, esposa do rei D. João V. Situa-se numa região que é objecto de intensa exploração mineira e, para acomodar os materiais inertes provenientes da extracção do minério de ferro, foram construidas algumas barragens. Foi em duas dessas barragens, respectivamente Fundão e Santarém, pertencentes à empresa mineira Samarco, que no passado dia 5 de Novembro ocorreu uma tragédia que deixou um rasto de morte e de destruição, com graves danos para a sua população e para o meio-ambiente, em consequência de uma avalancha de lama que resultantou do rompimento das duas referidas barragens. Apesar desta lama não ter um teor marcadamente tóxico, o facto é que devastou e pavimentou mais de quinhentos quilómetros no seu percurso até ao mar.
Esta tragédia que ficou conhecida como o desastre de Mariana, é considerada o maior desastre ambiental da história de Minas Gertais e, para muitos observadores, é um retrato do Brasil contemporâneo, tendo servido para mostrar a negligência e a inoperância dos órgãos governamentares para enfrentar acontecimentos desta gravidade, mas também a enorme promiscuidade que prevalece entre as grandes empresas multinacionais, como é o caso da Samarco, e as instâncias políticas estaduais e federais.
Hoje o diário Estado de Minas de Belo Horizonte publica uma extraordinária fotografia do mar de lama a entrar no oceano e alerta para os “crimes contra o Brasil” e informa que a “tentativa de sabotar investigação de corrupção revolta o país”.