Mariana é uma
cidade histórica brasileira do Estado de Minas Gerais que foi fundada por
bandeirantes portugueses em finais do século XVII e cujo nome homenageia a
rainha D. Maria Ana de Áustria, esposa do rei D. João V. Situa-se numa região
que é objecto de intensa exploração mineira e, para
acomodar os materiais inertes provenientes da extracção do minério de ferro, foram
construidas algumas barragens. Foi em duas dessas barragens, respectivamente Fundão e Santarém, pertencentes
à empresa mineira Samarco, que no passado dia 5 de Novembro ocorreu uma tragédia
que deixou um rasto de morte e de destruição, com
graves danos para a sua população e para o meio-ambiente, em consequência de
uma avalancha de lama que resultantou do rompimento das duas referidas barragens. Apesar desta lama não ter um teor marcadamente tóxico, o facto é que devastou e pavimentou
mais de quinhentos quilómetros no seu percurso até ao mar.
Esta tragédia que ficou conhecida como o desastre de Mariana, é considerada o maior desastre
ambiental da história de Minas Gertais e, para muitos observadores, é um
retrato do Brasil contemporâneo, tendo servido para mostrar a negligência e a
inoperância dos órgãos governamentares para enfrentar acontecimentos desta
gravidade, mas também a enorme promiscuidade que prevalece entre as grandes
empresas multinacionais, como é o caso da Samarco, e as instâncias políticas
estaduais e federais.
Hoje o diário Estado
de Minas de Belo Horizonte publica uma extraordinária fotografia do mar
de lama a entrar no oceano e alerta para os “crimes contra o Brasil” e informa
que a “tentativa de sabotar investigação de corrupção revolta o país”.