A terceira edição dos Jogos
da Lusofonia iniciam-se amanhã em Goa e decorrerão até ao dia 29 de Janeiro,
com a participação de cerca de 1500 atletas provenientes de 12 países - Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor (membros plenos da ACOLOP - Associação dos Comités Olímpicos
de Língua Oficial Portuguesa) e Guiné Equatorial, Índia (Goa) e Sri Lanka
(membros associados da ACOLOP).
Os Jogos da Lusofonia são um evento desportivo
entre os países de língua portuguesa, constituindo a versão portuguesa dos
Jogos Olímpicos, dos Jogos da
Commonwealth ou dos Jeux de la Francophonie. As duas primeiras edições
dos disputaram-se em Macau (2006) e em Lisboa (2009), tendo os resultados
desportivos favorecido o Brasil (133 medalhas), Portugal (125), Macau (26),
Angola (19) e Cabo Verde (13). Nesta edição Portugal vai estar
representado por 57 atletas que participarão apenas em seis das dez modalidades
presentes nos Jogos, designadamente nas provas de atletismo, judo, taekwondo,
ténis de mesa, voleibol de praia e wushu,
mas não vai estar presente nas provas de basquetebol, voleibol, desporto para
deficientes e, sobretudo, no torneio de futebol, o que constitui uma desilusão
para os goeses, uma vez que o futebol é o desporto-rei de Goa.
É lamentável que
as nossas autoridades desportivas e até governamentais não tenham actuado no
sentido de que fosse apresentada uma representação mais numerosa e mais
credenciada, uma vez que só uma atleta olímpica estará em Goa (a judoca Yahima
Ramirez). O atraso nas datas dos Jogos da Lusofonia, deslocados de Novembro
para Janeiro devido a atrasos verificados na construção de novos recintos
desportivos, terá alterado a programação da representação portuguesa e desviado
os principais nomes do desporto nacional, muitos deles subsidiados pelo Estado.
Porém, isso não é razão suficiente para justificar este desinteresse e esta presença tão pobre. A memória portuguesa em Goa merecia um outro tipo de representação.